O deputado Pedro Caravina (PSDB), que é delegado de Polícia Civil aposentado, usou a tribuna da Assembleia Legislativa (Alems) na sessão de terça (17) para solicitar medidas urgentes para reforçar o efetivo da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul. Citando dados recentes que mostram um déficit de quase 40% no número de investigadores e escrivães, o que compromete a segurança pública e a capacidade de investigação de crimes, o parlamentar voltou a defender o retorno temporário de policiais inativos ao serviço para minimizar esse déficit no efetivo de policiais civis.
“Temos um concurso autorizado pelo governo. A atividade judiciária tem aumentado muito e criou-se a necessidade de ajuda dentro dos quadros da Polícia Civil. O nosso efetivo não tem condições de atender as demandas. Se houverem policiais aposentados que possam imediatamente voltar à ativa, e há uma lei que ampara isso na Polícia Militar, recebendo um adicional, traz uma solução imediata ao problema de defasagem na polícia judiciária”, considerou o deputado.
Conforme o levantamento apresentado, o Estado precisa de 1.980 investigadores, mas só tem 1.212 em atividade. Entre escrivães de polícia, o déficit é de 200 vagas, com apenas 460 ocupadas em um total de 660. O problema se agrava quando se observa o crescimento populacional do estado, que aumentou 32% entre 2000 e 2022, enquanto o número de policiais praticamente não mudou.
Caravina disse que a situação é ainda mais preocupante diante do aumento da demanda por serviços policiais, impulsionada por novas leis. Além disso, os crimes cibernéticos, como assédio e exploração sexual, têm crescido, exigindo mais esforço e especialização por parte da polícia. Para enfrentar esse desafio, foi criada, em dezembro de 2024, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC). No entanto, a falta de policiais treinados ainda é um obstáculo para o pleno funcionamento da unidade.
“A defasagem de pessoas para os quadros da Polícia Civil é enorme, mesmo com o concurso que terá 300 vagas para escrivães e 100 para investigadores. Depois desse concurso, é necessário a alocação de recursos, gestão e orçamento. O momento fazer aquilo que está desgastando mais a nossa sociedade atualmente. A prioridade em fazer ações para trazer efetivo e minimizar a questão de atendimento à polícia judiciária”, concluiu Caravina.
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