Sede da primeira fábrica de chips da América Latina, o Rio Grande do Sul produzirá, a partir de 2012, uma nova tecnologia para rastrear os rebanhos bovinos. O resultado dos primeiros protótipos foi apresentado ontem, em Brasília, ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
Os chips projetados em Porto Alegre pelo Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) foram testados durante um ano em 250 vacas leiteiras em Minas Gerais e em outros 3 mil bovinos de corte em Mato Grosso do Sul. Durante todo o período, nenhuma falha foi registrada nos equipamentos. Instalados nos brincos, dentro de um dispositivo minúsculo, de três milímetros quadrados, eles guardam informações como o peso dos animais, últimas vacinas e a identificação dos genitores. Para Rezende, a tecnologia deve abrir novos mercados para a carne brasileira.
Cada vez mais, para vender carne para o Exterior, é preciso mostrar a história do boi, por onde ele passou. Essa rastreabilidade vai garantir à agropecuária brasileira qualidade para exportar – disse o ministro.
Criados por profissionais gaúchos, os chips estão sendo construídos na Alemanha, enquanto a Ceitec ainda está em fase final de instalação.
A fabricação própria deve começar em meados do próximo ano, quando já será vendida a segunda versão do chip, ainda em processo de desenvolvimento. Segundo o presidente da estatal, Cylon Gonçalves da Silva, a nova versão é ainda menor.
Em uma semana, o design do chip será enviado para fabricação no Exterior. Depois, a fábrica alemã vai nos transferir a tecnologia – afirmou Cylon.
De acordo com o presidente, a produção em escala comercial do chip está prevista para 2012, quando o governo já deverá ter definido regulamentação da tecnologia para rastreabilidade animal. Nos testes feitos em Minas Gerais e em Mato Grosso do Sul, os brincos foram produzidos pelo Grupo Fockink, com sede em Panambi, no noroeste gaúcho. Hoje, a fábrica utiliza chips importados, que encarecem o produto.
Quando nós pudermos utilizar o chip nacional, o preço final do brinco deve cair entre 30% e 40% para os pecuaristas brasileiros, calcula Siegfried Kwast, diretor da empresa. (Fonte: Zero Hora)