O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), vai a Brasília (DF) nesta quarta-feira, 25 de novembro, discutir com o ministro Reinhold Stephanes (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a possível vinda da fábrica de fertilizantes da Petrobras para a Capital. Nesta terça, o Stephanes informou que o empreendimento deverá ser implantada em Três Lagoas (cidade do leste do Estado, distante 334 quilômetros da Capital), de acordo com a agência de notícias internacionais Reuters.
"O primeiro projeto em Três Lagoas já está todo planejado, mas nós já estamos com todas as plantas, seriam três plantas", teria dito o ministro sem dar detalhes, segundo a agência.
O vice-prefeito Edil Albuquerque (PMDB) confirmou “o espanto” com que a gestão municipal recebeu a notícia. “Tínhamos uma tratativa há mais de ano sobre isso.Caiu como uma bomba”, disse ao Capital News, via telefone.
Segundo Edil, Nelsinhho vai primeiro conversar com o senador Delcídio do Amaral (PT) e com toda bancada federal de Mato Grosso do Sul para tentar marcar uma reunião com o ministro ainda nesta quarta.
“Nós vencemos a disputa com Cuiabá [MT] justamente por conta da empresa latino americana que atua lá ter quebrado. Aqui em Campo Grande, o ramal de gás é da Petrobras, então, nada mais justo que seja em um local onde existe investimento da Petrobras. Agora, estava tudo acertado entre nós, após conversas entre o prefeito e o senador Delcídio com a empresa e, essa notícia vem como uma bomba”, completa.
Um dos principais motivos para a vinda da empresa para a Capital seria a “mão-de-obra qualificada”, segundo Edil. “Aqui temos as grande parte das principais universidades. Com todo respeito a Três Lagoas, claro, com certeza, que respeitamos a cidade, mas, já existia acordo de que a fábrica viria para cá”, finaliza.
Na manhã de segunda, o governador André Puccinelli (PMDB) fez o anúncio de que Campo Grande iria receber a estatal, mas, durante entrega de geladeiras nesta terça-feira, afirmou que a Petrobras realizaria estudos técnicos para confirmar a cidade onde a fábrica deve ser implantada. Já o senador Delcídio do Amaral (PT), durante reunião de seu partido na tarde de segunda, afirmou que a indústria deveria ser construída na fronteira com a Bolívia (Corumbá - distante 417 quilômetros da Capital) para a exploração de butano e propano (gases). Mas, o ministro teria surpreendido a todos com o anúncio de Três Lagoas. O Capital News tentou entrar em contato com a prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet; o celular dava caixa e em seu gabinete nos informaram que ela chegaria após as 9h, deixamos recado e ela a assessora nos informou qque ela deve retornar a ligação.
De acordo com entrevista à Reuters em abril, a nova fábrica terá capacidade para produzir 1 milhão de toneladas por ano e o custo do projeto, que será totalmente da estatal, será de 2 bilhões de dólares.
Fertilizantes
O Brasil importa 71 por cento dos fertilizantes que precisa e, com os projetos da Petrobras, "chegaremos praticamente à autossuficiência", informou o ministro.
"O governo está extremamente preocupado em tratar de uma questão estratégica que é o setor de fertilizantes, que como todos sabem somos altamente dependentes das importações, somos vulneráveis nessa questão", afirmou o ministro.
Segundo Stephanes, a Petrobras apresentou a Lula e aos ministros o projeto da nova fábrica de amônia e uréia, usados na fabricação de fertilizantes no Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas, que vai se juntar às unidades da Bahia e Sergipe.
A empresa produz ureia nas fábricas de fertilizantes nitrogenados do Pólo Petroquímico de Camaçari (BA) e do município de Laranjeiras (SE). A amônia produzida pela companhia é gerada a partir do gás natural nas mesmas fábricas.(Com contribuição de Reginaldo Rizzo)
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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