Não existe prazo para que a canalização do córrego Prosa sob a avenida Ceará seja recuperada. Espera-se que o problema seja resolvido em ao menos dois meses, segundo o prefeito da Capital, Nelson Trad Filho (PMDB), que visitou o local na manhã desta segunda-feira, 28. Por conta das fortes chuvas que caíram sobre a cidade no final de semana, parte do aterro cedeu sobre o córrego na tarde de domingo. O buraco criado contém cerca de dez metros de profundidade e ao menos vinte de diâmetro. Bocas de lobo e uma pista inteira foram tragadas. O risco do restante da via ser afetado é grande.
As obras e a compra do material exato para uso no aterro dispensam licitação. “Não tem como. Vou estudar com o setor jurídico da Prefeitura para que a licitação seja dispensada em uma situação de emergência como essa”, diz Nelsinho.
A demora no reparo é porque só uma empresa produz os tubos ármicos, feitos de aço, usados para conduzir as águas do córrego. Ela fica no interior paulista. “Todos os funcionários estão em férias coletivas e não há informação de retorno. Estou tentando entrar em contato com o empresário dono da fábrica para ver se existe alguma disponibilidade de conseguirmos este produto”, explica o secretário municipal de Obras Públicas, João Antônio De Marco, que também foi ao local.
Outro obstáculo é que a fabricação das tubulações, feitas sob encomenda, demora entre quinze dias e vinte dias. Depois, é preciso mais tempo para o deslocamento do material, que precisa de esquema de transporte especial.
Nelsinho e secretário de Obras, João Antonio De Marco, esperam tubo ármico para começo das obras definitivas; mas, uma emergencial começa imediatamente e deve ficar pronta em dois dias.
Foto: Deurico/Capital News
Conforme De Marco, existe a tentativa de encontrar esta tubulação já produzida. “Esperamos que tenha alguma em algum lugar do País que ainda não tenha sido usada. Mas, é difícil porque é feita sob encomenda. Se, conseguirmos encontrar, em um mês talvez esteja tudo pronto”, explica.
Se não houver condições de, em dois meses, conseguir a mercadoria, a Prefeitura deve construir uma tubulação de concreto. Isso demoraria outros dois meses.
Emergência
De Marco ordenou uma obra emergencial para frear o assoreamento, que põe toda a avenida em risco. “Com o assoreamento, as paredes de terra estão retas. Vamos fazer escavações de 45 graus, jogar pedras grandes e depois concretar. Da forma como está, corre o risco de ceder no restante da pista.”
Além disso, uma equipe vai fazer o reordenamento da captação de água pluvial da localidade. As tubulações serão retiradas da parte onde o terreno cedeu e levadas a área anterior ao início do concreto onde começava o tubo ármico. “Toda a água que cai aqui vem de toda a avenida Ceará. Isso poderia causar mais danos ainda, por isso, essa iniciativa”, explica De Marco.
Alternativas
A pista ficará interditada no local do desmoronamento, na Cachoeirinha do córrego Prosa, localizada quase em frente à Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal).
Com a interdição, desvios devem ser feitos pelos motoristas. Os condutores que trafegam da avenida Mato Grosso em direção à avenida Eduardo Elias Zahran devem fazer o desvio pela 15 de Novembro (após pontilhão sob a Afonso Pena), e prosseguir até a rua Nova Era, virar à esquerda até a rua Joaquim Murtinho.
Quem ruma no sentido contrário deve fazer o desvio pela rua José Eduardo Rolim, antes da lombada eletrônica em frente à Uniderp, e passar pelaa Ricardo Brandão, mas após a Câmara Municipal, já que parte desta avenida também está interditada.
Próximo ao local, há um condomínio, o Cachoeirinha II. As estruturas não estariam abaladas, de acordo com De Marco.
A avenida passou por recente reforma, mas, conforme De Marco e Nelsinho, o acidente nada tem a ver com as obras. “O que acarretou foi mesmo a chuva. Nada tem a ver com a obra. Os equipamentos estão em ordem, inclusive a barragem de concreto. Está avenida têm cerca de 40 anos; foi construída na época do prefeito Levy Dias. Vai saber quanto de infiltração não teve nesse período todo. Isso é normal, acontece. O que houve foi um rompimento da tubulação que ocasionou um processo erosivo e passou por cima do tubo ármico (a estrutura metálica). Mas, isso, devido à ação da chuva, da infiltração”, disse De Marco.
Trânsito está interditado e recuperação depende de tubulação fabricada em SP; mesmo com obra emergencial para conter erosão, não há data para liberação da via
Foto: Deurico/Capital News
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
Veja também: