Índios de Mato Grosso do Sul vão a Brasília (DF) discutir o plano de reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai), imposto por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 29 de dezembro.
A decisão partiu após reunião entre lideranças indígenas realizada no sábado (9) na sede da Funai da Capital.
Segundo nota enviada por representantes indígenas à imprensa, a reunião contou com 26 caciques de aldeias do Estado e outras lideranças locais, totalizando mais 60 pessoas, representando as aldeias: Limão Verde, Córrego Seco, Aldeinha, Ipegue, Lagoinha, Kadiwéu, Água Branca, Lálima, Passarinho, Amoreira, Cachoeirinha, Moinho, Babassú, Colônia Nova, Recanto, Oliveira, Tereré, Córrego do Meio, Cacique Valdeci, Água Azul, Bananal e Buriti. Elas são de dez cidades do interior do Estado.
No encontro, segundo a nota, as lideranças falaram da ausência de projetos do governo para os índios e a necessidade de mudança no órgão. “A Funai tem que conhecer as comunidades indígenas, estar mais próxima dessas comunidade e apoiando”, traz a nota.
Na nota, vem também a seguinte afirmação: “Os índios deixaram claro que as mudanças impostas pelo governo Federal no órgão, em vez de aproximar, vai afastá-lo dos índios, deixando as comunidades desamparadas e desprotegidas com o fim dos posto indígenas.”
“O processo de reestruturação da Funai aconteceu utilizando-se da desinformação”, afirma a nota divulgada.
Conforme os índios, existe “falta de conversa, de diálogo e participação das comunidades indígenas”. Esse fato deslegitima o Decreto Presidencial, afirmam.
Segundo nota, diante das questões apresentadas, os caciques aprovaram o envio de representantes das comunidades indígenas do Estado a Brasília. A partida da delegação está prevista para o hoje (13), com a chegada prevista para amanhã, engrossando as movimentações dos índios que já acontecem na capital federal.
A exigência será para que o Decreto seja reformulado nos pontos onde há discordância das lideranças, como, por exemplo, o fechamento dos postos indígenas em aldeias e a diminuição das representações através das Delegacias Regionais da Funai.
Conforme a nota, o protesto é composto prioritariamente pelas etnias Kadiwéu e Terena. Os Terena afirmam que “os índios ainda não foram todos mortos, ainda existe índio vivo, e é preciso antes de qualquer ato do governo para a comunidade indígena ouvi-lo e não ‘enfiar goela abaixo’.”
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnewws.com.br)
Veja também:
13/01/2010 - 12:23
Indígenas de MS vão a Brasília em manifestação contra Decreto Presidencial