O Programa de Ação Integrada e Continuada (Paic) vai trabalhar medidas de cidadania, saúde e garantia dos direitos para a população em situação de rua na região do prédio da antiga rodoviária de Campo Grande, no Bairro Amambaí. O Paic foi apresentado pela vice-prefeita Adriane Lopes e o secretário de Governo e Relações Institucionais, Antônio Cezar Lacerda, nesta segunda-feira (26).
Através de uma política intersetorial, o programa busca envolver todas as secretarias e autarquias públicas da Capital, para articular uma rede de proteção e cuidado para pessoas e famílias vulneráveis.
O Paic será coordenado pela Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, Coordenadoria de Proteção a População em Situação de Rua e Política Anti Drogas, em parceria com a Secretaria de Assistência Social (SAS).
Será aberto chamamento público para apoiar as comunidades terapêuticas da Capital que se habilitarem a receber as pessoas em situação de rua e que são dependentes químicos. Os encaminhamentos serão feitos pelas equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS).
Entre as ações já existentes voltadas para o acolhimento das pessoas em situação de rua, a SAS atua diuturnamente nas ruas de Campo Grande e encaminha as pessoas acolhidas para o Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi) e para o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop).
Também foi lançada recentemente a campanha “Onde a esmola acaba, o direito começa – Não dê esmola”, que incentiva as pessoas a não darem esmolas. A atitude colabora para a permanência nas ruas e cria a ilusão de que é possível viver da mendicância.
Durante o evento, a vice-prefeita Adriane Lopes ressaltou a questão de acolhimento, que ainda esbarra na dúvida de quem é a responsabilidade. “Toda vez que se pergunta de quem é a responsabilidade sobre essas pessoas a gente esbarra na dúvida se é a saúde, educação, assistência social, segurança ou outra política pública. Infelizmente, ainda é realidade a falta de uma solução para o acolhimento eficiente dessas pessoas que estão nas ruas e são viciadas e usuárias de drogas ou álcool”.
A administradora do prédio da antiga rodoviária, Rosane Nely de Lima, falou do sentimento não apenas dos comerciantes do condomínio, mas também dos moradores da região, que há anos esperam a atitude do poder público para amparar essas pessoas que vivem abandonadas em situação de vício na região.