Cerca de 100 terenas da Terra Indígena Buriti, que compreende oito aldeias da região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, estão neste momento na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) buscando apoio da entidade. Eles querem que a federação pressione o Tribunal da 3ª Região, em São Paulo, para que uma nova decisão seja tomada.
A primeira decisão do tribunal foi contrária aos indígenas, mas após estudos realizados por doutores em antropologia da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o caso voltou a ser analisado, mas até agora não teve resultado. Ainda existiria um acordo entre os indígenas e os produtores, para que a Famasul faça uma pressão para que as coisas se esclareçam. “Pretendemos entrar em um acordo. São promessas que não foram cumpridas. Queremos parceria com a Famasul para que ela não seja nossa inimiga, mas parceira”, explica o indígena Venício Jorge, membro do Conselho Estadual dos Direitos Indigenas.
Questionado pelo Capital News quanto a existência desses estudos que auxiliam na decisão do tribunal, o produtor Renato Bacha balançou a cabeça negativamente dizendo: “desconheço.”
Atualmente cerca de três mil índios vivem em uma área de aproximadamente 2,5 mil hectares. Eles esperam aumentar essa terra para mais de 7 mil hectares.
Ocupação
No sábado, 17 de outubro, os indígenas ocuparam duas terras na região de Sidrolândia, as fazendas Bacará e 3R, que segundo eles foram habitadas por seus antepassados.
De acordo com Venício a informação de que eles teriam ocupado a fazendas de forma violenta é “inverídica”. “Entramos no sábado a tarde inclusive com o documento que garante a integridade dos bens. Nossa ação não é vandalismo é pacífica”, afirma.
Justificativa
A demora para que seja tomada uma decisão é o principal motivo para a ocupação das terras. Após a decisão em primeira instância, outras informações foram adicionadas ao processo e voltaram para o tribunal que até hoje não chegou a uma conclusão, criando esse conflito entre indígena e produtor.
Para um dos proprietários da fazenda 3R, que foi ocupada, essa demora também prejudica o produtor. “A fazenda foi invadida e quando perguntei para eles porquê, me responderam que é por causa da demora. Só que essa demora não é interesse para ninguém, índio ou não índio”, afirma Renato Bacha.
Por Reginaldo Rizzo e Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)