A 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande fará o primeiro leilão de bens confiscado de réus em processos de crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro nacional. Os lotes somam R$ 7,850 milhões e, na extensa lista, constam casas, terrenos, lotes, alianças, carros de luxo, lanchas, aeronave, barras de ouro e ainda um hotel em Água Clara, que somente será vendido com todos os móveis, TV´s, frigobares e demais itens.
O leilão presencial e eletrônico está marcado para o dia 13 de agosto, às 8 horas e, na segunda etapa, também pelos dois sistemas, no dia 2 de setembro, nos dois casos, na Justiça Federal de Campo Grande. A relação dos bens e fotos estão disponíveis no site www.leiloesjudicais.com.br. Em todos os casos, o interessado deve ficar atento ao ônus, como os veículos, a maioria, com débitos no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Segundo a Justiça Federal, os bens foram seqüestrados e conforme a Lei do Tráfico (Lei nº11.343, de 23 de agosto de 2006) não é necessário aguardar trânsito em julgado – ou seja, a finalização do processo – para que seja organizado o leilão. O valor arrecadado na negociação permanecerá depositado em conta judicial até o fim da ação. No caso do réu ser considerado inocente, terá direito ao montante arrecadado, com valores corrigidos. Em caso de condenação, o dinheiro será destinado ao Funad.
Na extensa lista, constam bens de nomes conhecidos da Justiça brasileira, como José Severino da Silva, o Cabecinha do PCC, um dos chefes do tráfico na região do Paraguai e que seria proprietário de uma fazenda de mil hectares produtora de cocaína na Bolívia.No processo a que responde na 3ª Vara juntamente com outros nove citados, o lote inclui seis imóveis e cinco carros, além de um terreno, bens avaliados em R$ 383,260 mil. José Severino está foragido e acredita-se que mantenha base no Paraguai.
O processo com maior valor total é encabeçado pelo piloto João Freitas de Carvalho, o “João Jacaré”, acusado de tráfico internacioal de drogas, tráfico de armas e lavagem de dinheiro. Ele foi detido no Paraguai em 2003 e extraditado para o Brasil em 2006.
Na ação em que foram denunciadas mais seis pessoas, os bens confiscados e catalogados para leilão somam R$ 2.809.200,00 e incluem doze sobrados em Campo Grande e um imóvel localizado em condomínio em Jaraguari, totalizando R$ 2,619 milhões. Entre os veículos, um Mercedes/SLK, cor prata, conversível, em perfeito estado de conservação e avaliado em R$ 95 mil.Há ainda um jet-sky, em bom estado, com lance inicial de R$ 14 mil.
O leilão inclui ainda os bens de Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, acusado de ser um dos principais articuladores do esquema de compra de cocaína colombiana produzida no território sob controle das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Cabeça Branca está foragido e há cartazes com foto deles espalhados pelo Paraguai. O valor total dos carros, imóveis e um lancha chega a R$ 1,398 milhão.
Para quem pretende iniciar um novo negócio, a opção de compra de um hotel em Água Clara, com todos os itens inclusos, como TV´s, cadeiras, armários, tanquinho, mesas, gerador de energia elétrica, aparador de grama, antenas parabólicas, nove camas de casal, 36 camas de solteiro, frigobares e onze aparelhos de ar condicionado.
Uma observação: o interessado deve arrematar o prédio e todos os itens listados que estão no imóvel.O lance mínimo é de R$ 369.975,00. O empreendimento pertencia a Dion Luiz Marques, estelionatário que se tornou traficante e era o encarregado de comprar cocaína na Bolívia e de embarcá-la em navios para a Europa e os Estados Unidos (Com Assessoria)