Divulgação/Alexandre Moura
Estácio de Sá
Acadêmicos do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande, estiveram reunidos por meio de uma videoconferência com a diretoria da instituição e foram informados que o curso não será mais ofertado no próximo semestre.
De acordo com a assessoria da faculdade o motivo foi "devido à baixa procura". Segundo os acadêmicos, o comunicado gerou revolta entre os alunos que receberam apenas três opções: migrar para o curso de Publicidade e Propaganda, cursar outro curso EAD (Educação a Distância) ou solicitar a transferência para alguma instituição que ofereça o curso de jornalismo. Opções disponibilizadas pelo coordenador, Frederico Kochhamann, via formulário online.
Uma reunião foi marcada sem o esclarecimento do assunto e em um horário inacessível para muitos dos alunos, sendo às 18 horas. O comunicado deixou todos perplexos e revoltados, visto que o motivo dado pela instituição é que manter o curso é financeiramente inviável. Conforme a faculdade, há 37 alunos matriculados, distribuídos entre vários semestres. “Eu moro em Sidrolândia e entrei no curso em 2017, passei por tantas coisas, quem é de outra cidade e estuda na capital passa por tantas coisas, é difícil receber uma informação dessas e aceitar quieta, ainda mais quando se está prestes a se formar”, afirmou a aluna Suélen Aparecida Duarte Martins. “Era para eu me formar no primeiro semestre deste ano, mas algumas matérias que eu necessitava fazer não foram ofertadas em semestres anteriores, devido a quantidade de alunos matriculados. Conversei com o coordenador e montamos a minha grade para que eu pudesse me formar no próximo semestre, estou revoltada porque é algo que venho me dedicando há anos, eles precisam cumprir com o que que prometeram, não podemos ser prejudicados”, ressaltou
Ainda conforme a universidade "a instituição oferece mais de 20 cursos presenciais e mais de 50 na modalidade EAD. Aos alunos que preferirem deixar a instituição, será oferecido todo o suporte documental. A Direção do campus se coloca, ainda, à disposição dos acadêmicos para tirar todas as dúvidas e orientá-los no que for necessário", relata. De acordo com um comunicado dos acadêmicos, eles relatam que têm esperança de que a instituição leve em consideração o apelo para que o curso não seja fechado ou que o compromisso de formar os alunos já matriculados seja honrado. Eles buscam apoio da comunidade em carta aberta e afirmam que entrarão com ação judicial.
Veja a carta aberta dos acadêmicos na íntegra:
CARTA ABERTA
Acadêmicos do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá - Pólo TV Morena - Campo Grande MS.
Mobilização em repúdio ao encerramento repentino do curso de comunicação social – Jornalismo
Nós, alunos de diversos semestres do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá, pólo TV Morena, Campo Grande - MS, viemos por meio desta, manifestar com veemência o nosso total repúdio à decisão da instituição de encerramento deste curso à partir do próximo semestre. A notícia chega justamente em um momento de grandes cortes na educação e de duros ataques ao jornalismo nacional.
A decisão, que foi tomada de forma arbitrária e unilateral, foi revelada a alguns poucos alunos na última segunda-feira (31/05), em reunião virtual, agendada sem pauta prévia, com representantes da universidade.
Esta medida desrespeita o compromisso de diálogo e transparência que se espera de uma instituição com mais de 50 anos de história, ainda mais com uma justificativa tão egoísta de que, “para a instituição não é favorável comercialmente manter o curso”.
Sabemos do cenário que o País e o mundo têm passado e os transtornos que esse problema tem gerado nas diversas classes sociais, sendo refletido também nas universidades privadas. Mas, não podemos aceitar que a instituição transfira essa responsabilidade para nós alunos. Não é justo, NÃO É JUSTO! Nos esforçamos, e apesar de toda dificuldade, resistimos e continuamos estudando. Inclusive, há alunos que são de outras cidades, como, por exemplo, Sidrolândia e Ribas do Rio Pardo, que entraram na instituição antes do período pandêmico, quando havia ensino presencial. Visando a graduação, todos se dedicaram e se dedicam ao ensino.
É triste ver a falta de empatia e cuidado com quem dedicou anos à faculdade, confiando na credibilidade da instituição. Não é um simples “migre para outro curso ou se transfira para outro lugar”, que vai resolver. Vocês, como ninguém, deveriam saber que existem processos, grades curriculares diferentes, temos alunos bolsistas dos mais diversos programas, sem contar que, hoje, Campo Grande oferece pouquíssimas opções de instituições para se cursar Jornalismo.
Para onde vamos? Desistimos de ser jornalistas, com mais da metade da graduação finalizada? Outros, faltando apenas um semestre para se formar. Vocês precisam lembrar que estão tratando de projetos de vida e sonhos!
Assim como vocês fazem questão de dizer no site oficial, nós também queremos reforçar: Acreditamos que a educação é transformadora! A frase é forte e não pode servir apenas para enfeitar um portal.
Diante de todo este cenário, acreditamos na luta em unidade, com professores, alunos de todos os cursos, imprensa e setores de toda a sociedade. O jornalismo precisa existir! Vamos ecoar juntos este grito!
Em defesa do jornalismo e contra todos os fechamentos de cursos. Se juntem a nós nessa mobilização, precisamos do seu apoio!!!
Com muita angústia, mas com a certeza de que não estamos sozinhos. Acadêmicos do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá - Campo Grande MS.
Confira a nota na íntegra da Estácio de Sá:
A instituição informa que o curso de Jornalismo será descontinuado devido à baixa procura, a partir do próximo semestre. Aos alunos, a Direção da Unidade ofereceu a possibilidade de migração para o curso de Publicidade e Propaganda, com o aproveitamento de todas as disciplinas e bolsa de 30% até o fim do curso ou transferência para outro curso de graduação oferecido pela faculdade, também com bolsa até o fim da graduação. A instituição oferece mais de 20 cursos presenciais e mais de 50 na modalidade EAD. Aos alunos que preferirem deixar a instituição, será oferecido todo o suporte documental. A Direção do campus se coloca, ainda, à disposição dos acadêmicos para tirar todas as dúvidas e orientá-los no que for necessário.
