O grupo de trabalho coordenado pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), vistoriou nesta quarta-feira (30) as nove barragens de resíduos de minério de ferro e manganês existentes em Corumbá, com o acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF).
Ao final da inspeção, os membros do grupo interdisciplinar se reuniram com o diretor-presidente do Imasul, Ricardo Eboli, e ficou decidido que um diagnóstico preliminar das condições físicas e de segurança das barragens será divulgado em 15 dias. Os técnicos argumentam que, diante da complexidade dos sistemas, qualquer julgamento antecipado poderia comprometer o trabalho.
Segundo Ricardo Eboli, análises preliminares demonstram que a população urbana de Corumbá e Ladário não seriam afetadas em caso de um incidente em uma das barragens. Ele adiantou que o relatório da inspeção será encaminhado ao Ibama, órgão responsável pelo licenciamento das barragens. “É preciso cautela, não podemos nos precipitar em conclusões sem um parecer de cada órgão que participa desse grupo de trabalho”, explicou.
A vistoria
A procuradora da República, Maria Olívia Pessori Junqueira, participou da vistoria e também não apresentou conclusões, declarando apenas que a visita, onde fez vários questionamentos aos técnicos das empresas, e o diagnóstico a ser apresentado pelo Imasul serão importantes para as investigações do MPF, que irá apurar as condições de operacionalidade das barragens e o plano de atendimento emergencial à população no entorno.
A vistoria foi iniciada às 9h na barragem Sul, situada na Mina Laís (moradia de Urucum), a maior da Vetorial, com sua capacidade máxima de 800 mil metros cúbicos, com projeto para ser ampliada para 1 milhão de metros cúbicos. Em caso de rompimento, essa barragem atingiria dois córregos e a lama se estendia por 7 km. Em seguida, o grupo visitou a barragem Monjolinho (morraria de Santa Cruz), para 150 mil metros cúbicos.
No final da tarde, foi inspecionada a principal barragem da Vale, a Gregório (moradia de Santa Cruz), com capacidade para 9 milhões de metros cúbicos. Segundo o Imasul, ela opera há 27 anos sem apresentar problemas.
Os técnicos da empresa mostraram outras barragens com rejeito seco, em processo de retomada operacional, e também unidades que estocam rejeitos de manganês, em menor escala em relação ao minério de ferro. Essas barragens estão situadas às margens da BR-262, em Urucum.