Dando início aos trabalhos de prevenção e vistoria das barragens de contenção de rejeitos de minérios de ferro da Vale e da Vetorial, mineradoras que exploram as reservas minerais de Corumbá, a equipe da Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), esteve reunida nesta terça-feira (29), para receber um relatório do planejamento de manutenção e de segurança das barragens.
Nesta quarta-feira (30) serão realizadas vistorias em nove barragens, sendo sete da Vale e duas da Vetorial, com o acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF). Corumbá está a 40 quilômetros das minas, na Morraria do Urucum, uma das maiores reservas de minério do País.
Técnicos da Vale apresentaram todo o plano de manutenção e de ação de emergência das suas sete barragens, algumas delas já estão em processo de desativação, e garantiram total segurança na parte operacional dessas unidades e também no planejamento de evacuação das comunidades ao redor em caso de algum incidente. Em 2017, a empresa realizou uma simulação de risco envolvendo funcionários e a população.
Em simulações realizadas por computador pela equipe da Vale, conforme o engenheiro Odilon Silva, gerente de operações da Vale, em caso de rompimento da principal barragem de Urucum, a Gregório, com 9 milhões de metros cúbicos de capacidade, a chamada mancha de inundação atingiria os balneários localizados no distrito de Maria Coelho, chegando à rodovia BR-262, numa extensão de 16 quilômetros. Na região residem cerca de 200 pessoas.
De acordo com o diretor-presidente do Imasul, Ricardo Eboli, a grande preocupação é essa mancha chegar à Baía do Jacadigo, a qual tem ligação com o Rio Paraguai, causando uma destruição ambiental sem precedentes ao Pantanal. Caso ocorra um incidente no fim de semana, A Vale informou que a população flutuante na região chegaria a 600, número previsto pela gestão de crise montado pela empresa.
A outra mineradora da região, A Vetorial, apresentou seu plano de monitoramento e de atendimento emergencial aos moradores que vivem ao redor da Morraria de Urucum, onde a empresa opera uma siderúrgica e retira o minério de suas minas. Das duas barragens, integram o sistema bacias de escavação, a Monjolinho é a que tem maior capacidade de depósito de rejeitos: 150 mil metros cúbicos.
A procuradora federal Maria Olívia Pessoni Junqueira participou das reuniões técnicas com as duas mineradoras. Presentes também Ricardo Ebole, do Imasul; deputado Felipe Orro, da comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa; Marcos Derzi, da Sudeco; e representantes da prefeitura de Corumbá, Defesa Civil do Estado; Corpo de Bombeiros; Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/MS) e Polícia Militar Ambiental.
(** Com informações do PortalMs)