O primeiro leilão de bens de acusados de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro rendeu R$ 1.122.600,00, a maior parte, imóveis localizados em Campo Grande, além de um hotel em Água Clara, com ágio de apenas 3,2% do valor avaliado inicialmente. O montante ficou bem abaixo dos R$ 6,031 milhões estimados pelos lotes, mas haverá a segunda etapa, no dia 2 de setembro, em que a Justiça Federal irá ofertar 47 lotes.
O leilão foi encerrado agora há pouco, por volta das 13h30. Antes da abertura dos lances, o leiloeiro explicou detalhadamente como funciona a negociação e alertou que haveria penalidade para aqueles que tentassem prejudicar a venda do imóvel, numa tentativa de barrar as negociações, a mando dos réus dos processos. A Justiça Federal é responsável pelos processos contra tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Hoje, poucos imóveis foram arrematados, tanto nos lances presenciais quanto eletrônicos, com disputa; a exceção foi o hotel em Água Clara, que teve avaliação inicial de R$ 616 mil e chegou a R$ 645 mil, até que um dos pretensos compradores questionou quem pagaria os R$ 80 mil de multas emitidas pelo Insituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama), por conta de devastação de área ambiental. Os lances foram suspensos e 1h30 depois a questão foi resolvida: a multa não seria arcada pelo comprador e, com retorno dos lances para os R$ 616 mil iniciais, o prédio, com todos as benfeitorias e imóveis, foi arrematado a R$ 636 mil, ágio de 3,2%.
Os outros bens arrematados foram quatro casas e um terreno localizados em Campo Grande, vendidos no total por R$ 455 mil. No caso dos dois veículos vendidos, a mesma peculiaridade: os carros, completamente avariados, atingiram um ágio surpreendente: o Fiat Uno/Mille 2006, completamente avariado devido a capotagem, tinha lance inicial de R$ 5 mil foi arrematado em R$ 10,6 mil, ágio de 112% O outro carro, uma Toyota Hillux, ano 2002, totalmente danificado, com lataria, cabine, carroceria e chassi, completamente amassados e retorcidos, tinha avaliação inicial de R$ 5 mil e foi vendido a R$ 21,5 mil, ágio de 330%.
Dos 78 lotes iniciais, 18 foram retirados por determinação do Tribunal Regional Federal (TRF) 3ª Região, que acatou recursos impetrados por João Freitas de Carvalho, o “João Jacaré” e José Severino da Silva, ambos apontados em processo por tráfico de drogas. Entre os imóveis que foram suspensos do leilão está o condomino Nasa Park, em Jaraguari.
Segundo a Justiça Federal, os bens foram seqüestrados e conforme a Lei do Tráfico (Lei nº11.343, de 23 de agosto de 2006) não é necessário aguardar trânsito em julgado – ou seja, a finalização do processo – para que seja organizado o leilão. O valor arrecadado na negociação permanecerá depositado em conta judicial até o fim da ação. No caso do réu ser considerado inocente, terá direito ao montante arrecadado, com valores corrigidos. Em caso de condenação, o dinheiro será destinado ao Funad.(Fonte: TV Morena)