A geração de energia solar está em ascensão no coração do Brasil, com Mato Grosso do Sul se destacando por um avanço substancial de 88% em sua capacidade fotovoltaica instalada. De acordo com a equipe de estatísticas da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), a partir de informações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a geração própria de energia solar no Estado atingiu a marca impressionante de 881,7 megawatts-hora (MWh) de potência em agosto, beneficiando 113.955 unidades consumidoras.
No contexto nacional, a energia solar fotovoltaica continua a ganhar terreno, atendendo agora mais de 3 milhões de unidades consumidoras, como reportado pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Com um volume total de geração solar própria que ultrapassou 23 gigawatts (GW), o Brasil abraça cerca de 2,1 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados, distribuídos por telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde 2012, o investimento nessa fonte de energia sustentável alcançou R$ 115,8 bilhões, impulsionando a criação de mais de 690 mil empregos e arrecadação de R$ 30,2 bilhões para os cofres públicos.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, atribui esse aumento na geração solar à implementação de políticas estaduais que incentivam o uso de energias limpas e renováveis. Exemplificando tal abordagem, o programa "Ilumina Pantanal" se destaca como um projeto inovador e sustentável, proporcionando acesso à eletricidade para 2,8 mil famílias na região pantaneira do Estado, por meio da instalação de painéis solares em propriedades rurais e comunidades tradicionais.
Outro programa de destaque, o "MS Renovável", alimenta a produção de energia limpa e renovável em Mato Grosso do Sul, uma parte integrante da iniciativa "MS Carbono Neutro em 2030". Esse esforço tem atraído investidores para o setor, como demonstrado pelo recente anúncio do grupo espanhol Solatio Energia. Com um investimento significativo de R$ 8,5 bilhões, a empresa planeja construir a maior fazenda de energia solar do Estado, abrangendo uma vasta área de 3,5 mil hectares e com potencial de geração de 2,5 gigawatts de energia elétrica.
A viabilização desse empreendimento é uma conquista que reforça a política de Mato Grosso do Sul para incentivar a energia limpa e renovável, conforme ressalta Jaime Verruck. A parceria estratégica com a Tradener para a comercialização da energia gerada no mercado livre de energia elétrica é uma parte fundamental do projeto. As obras de instalação das placas solares estão programadas para começar no próximo mês, com previsão de início de geração em janeiro de 2025. Serão dois complexos: o conjunto de placas em Cassilândia será conectado à estação de Chapadão do Sul e o de Paranaíba se conectará com a estação de Inocência.
Esse empreendimento promissor contribuirá significativamente para elevar Mato Grosso do Sul na escala nacional de geração de energia solar. Atualmente, o Estado ocupa a nona posição no ranking brasileiro, com Campo Grande figurando como a terceira cidade mais proeminente em geração solar em todo o país.