Quase 15 dias após o início do verão, Mato Grosso do Sul registra cinco municípios entre aqueles com a menor umidade do ar do país, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Na listagem divulgada pelo órgão, Amambai se destacou como a cidade com a menor umidade do país nesta segunda-feira (6), atingindo 13%. Ponta Porã (15%), Porto Murtinho (16%) e Itaquiraí (18%) completam o “Top 10” nacional. Além disso, Ivinhema, Jardim, Sete Quedas e Bataguassu aparecem entre as 11ª e 20ª posições.
O Inmet também emitiu um alerta de "perigo potencial" para a baixa umidade em algumas regiões do estado, com índices variando entre 20% e 30%. No total, 55 municípios sul-mato-grossenses estão sob esse alerta, incluindo cidades como Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. A situação preocupa, já que a umidade do ar baixa traz riscos tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.
Além da baixa umidade, algumas cidades de Mato Grosso do Sul estão entre as 10 com as maiores temperaturas registradas no país. Porto Murtinho registrou 38,6°C e Água Clara 38,5°C, enquanto outras cidades como Três Lagoas, Miranda, Amambai, Aquidauana, Bataguassu e Corumbá também marcaram temperaturas acima dos 35°C. Esse calor intenso agrava ainda mais a situação das condições climáticas no estado.
O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) classificou os níveis críticos de umidade do ar em três estágios, cada um com cuidados específicos. O "Estado de Atenção" (21 a 30%) recomenda evitar exercícios ao ar livre entre 11h e 15h e umidificar o ambiente. No "Estado de Alerta" (12 a 20%), além das recomendações do estágio anterior, é necessário suprimir atividades físicas ao ar livre e evitar aglomerações em ambientes fechados. No "Estado de Emergência" (abaixo de 12%), todas as atividades ao ar livre devem ser interrompidas entre 10h e 16h, e o ambiente interno deve ser mantido umidificado.
O prognóstico para o verão de 2024 em Mato Grosso do Sul, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), aponta para calor intenso, forte "mormaço" e chuvas rápidas e irregulares. As temperaturas devem superar as médias históricas, favorecendo a formação de ondas de calor em períodos sem chuvas. Apesar das chuvas previstas, sua irregularidade pode dificultar a recuperação das condições hídricas da região, o que preocupa o setor agropecuário.
A tendência incerta para o verão está ligada ao fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico e impacta diretamente na ocorrência de chuvas. Essa situação resulta na imprevisibilidade do clima e na irregularidade das precipitações em Mato Grosso do Sul, o que contribui para a manutenção do cenário de seca no estado e no centro do país.