“Não pode haver intolerância”, disse o secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, sobre o caso envolvendo a artista mineira Alexandra Cunha. Uma das obras dela chegou a ser periciada e apreendida pela policia depois que os deputados Herculano Borges (SD), Coronel Davi (PSC) e DR. Paulo Siufi (PMDB) registraram boletim de ocorrência por considerarem que uma das obras faz apologia a pedofilia. A artista expõe em Campo Grande a exposição “Cadafalso”. O B.O. foi registrado nesta quinta-feira (14).
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A coordenadora do Museu de Arte Contemporânea (Marco), Lúcia Montserrat, foi chamada para depor na tarde desta sexta-feira (15), na Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA). Conforme o secretário, ela vai prestar esclarecimentos sobre como é feita a escolha das obras para as exposições do museu.
“A curadoria é a mais isenta possível. Além disso, os artistas respondem a um edital”, explicou Nery, lembrando que a exposição está aberta desde junho, depois de ter passado pela análise dos curadores, que contam com representantes de entidades como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. “A artista nos recomendou que a classificação fosse de 12 anos, mas nós colocamos 18 anos, para não ter problema”, garantiu o secretário. A visitação fica aberta ao público até o domingo (17), mas quem for até o Marco não poderá mais ver a tela “Pedofilia”, que foi apreendida e segue a disposição da Justiça.
Ainda segundo o secretário de Cultura, o entendimento dos parlamentares é contrario ao pretendido pela artista. “A artista não quer incentivar ninguém, ela quer mostrar que essa situação existe”, avaliou o dirigente da Secc. “Nós temos as novelas, que mostram outras situações, como a de violência contra a mulher, mas também não se está se incentivando ninguém, mas mostrando que existe”, comparou Nery.