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Cotidiano Sexta-feira, 06 de Novembro de 2020, 16:54 - A | A

Sexta-feira, 06 de Novembro de 2020, 16h:54 - A | A

Alerta

No MS Secretário alerta para condições hídricas críticas dos rios

As chuvas das últimas semanas não conseguiu repor o nível das águas

Laryssa Maier
Capital News

Divulgação/ SEMAGRO

No MS Secretário alerta para condições hídricas críticas dos rios

Secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck

A situação é crítica sobretudo no rio Paraguai, com a maior parte de sua extensão abaixo do nível mínimo. O alerta é do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que na quinta-feira (5) participou da 4ª reunião da Sala de Crise do Pantanal, organizada pela Agência Nacional das Águas (ANA) e com participação de técnicos dos dois estados (MS e MT) e de diversos órgãos e instituições ligadas ao clima no país. As chuvas das últimas semanas conseguiram amenizar a situação dos incêndios no Pantanal, porém ainda são insuficientes para repor o nível das águas dos principais rios do Estado. 

 

“Vamos ter um longo período ainda de não reposição do volume normal dos rios. A previsão é de que nesse Verão as chuvas não ocorram com a intensidade de anos anteriores, isso é preocupante porque estamos em constante alerta quanto a possíveis incêndios florestais decorrentes de raios. Durante a semana já fizemos o combate de oito focos na região do Pantanal”, disse Verruck.

 

A quarta reunião da Sala de Crise do Pantanal trouxe prognósticos apresentados por técnicos do Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), todos apontando para a situação crítica dos rios, a seca mais longa da história no Pantanal com graves consequências para a fauna e flora – também para os 3 milhões de habitantes da região – e as previsões de chuvas abaixo da média para os próximos meses.

 

Segundo assessoria, oBoletim da Sala de Situação do Imasul desta sexta-feira (6) mostra que em quatro pontos de medição o rio Paraguai apresenta níveis abaixo do mínimo, portanto considerada situação de emergência. Na região do Porto Esperança o nível do rio está 72 centímetros abaixo do mínimo, e em Ladário, apesar de haver subido um pouco, ainda continua com 14 centímetros negativos (abaixo do mínimo medido pela régua).

 

Já os rios Aquidauana, Miranda, Piquiri e Taquari estão em melhores condições. Desde o início de novembro, em apenas um ponto do rio foi registrada chuva e de apenas 1,2 milímetro. Nos demais não houve precipitações ainda nesse mês. A previsão é de que não ocorra transbordamento dos rios nesse da Bacia do Alto Paraguai nesse ano e que a inundação da planície pantaneira seja menor. Por um lado isso é bom, tendo em vista o temor de que a inundação possa arrastar para os rios as cinzas e restos das queimadas, podendo provocar o fenômeno chamado dequada, que é a baixa oxigenação das águas de modo a levar à mortandade de peixes.

 

A combinação de altas temperaturas (outubro teve picos de 44 graus C em algumas cidades), baixa umidade e seca prolongada fez de 2020 recordista de focos de incêndios na região pantaneira, conforme dados apresentados pelo INPE com base em registros desde 1988. Foram mais de 20 mil focos de incêndios na região neste ano, superando de longe os recordes anteriores de 2002 e 2005, quando ocorreram 12,5 mil focos. O mês de setembro foi o mais crítico, com 8 mil focos. As equipes de monitoramento e combate aos incêndios mantém-se alertas devido à escassez de chuvas e temperaturas elevadas.

 

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