Dia 14 de abril é comemorado o Dia Internacional do café, companheiro diário de milhões de brasileiros, enfrenta um dos seus momentos mais desafiadores. O preço da bebida subiu 66,18% no Brasil até fevereiro, segundo o IBGE, enquanto o mercado internacional registrou alta de 38,8%, conforme dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). E a previsão não é animadora: a tendência é de que os preços permaneçam altos pelos próximos quatro anos.
A escalada dos preços tem várias causas: eventos climáticos extremos, aumento nos custos logísticos — impulsionados por conflitos no Oriente Médio —, queda na produção em países-chave como o Vietnã, além do crescimento da demanda global. No Brasil, o impacto é direto nas gôndolas e no bolso do consumidor: o preço do café subiu 110% e os custos da indústria, 224%.
“Esses aumentos refletem a fragilidade de cadeias produtivas dependentes do clima e do mercado externo. O café é mais que um hábito — ele virou um termômetro da economia doméstica”, analisa Jheneffer Duarte, professora da Estácio nas áreas de Administração e Gestão.
Consumo com consciência
Apesar da alta, especialistas alertam que a solução não está em abandonar o café, mas em escolher melhor e consumir com moderação. Rico em antioxidantes, polifenóis e cafeína, o café puro pode trazer benefícios como melhora na concentração, no desempenho físico e combate a inflamações. Porém, o excesso — mais de 400 mg de cafeína por dia, ou cerca de 3 a 5 xícaras — pode causar insônia, irritabilidade e taquicardia.
Maria Tainara, nutricionista e professora da Estácio, recomenda atenção aos rótulos: “Evite produtos com muitos ingredientes e nomes difíceis. O ideal é que a embalagem traga apenas ‘café’ na composição”. Ela também alerta para os compostos de café — misturas com açúcar, gordura e aromatizantes —, que são mais baratos, mas menos saudáveis.
Outra alternativa é o café de cevada, livre de cafeína e rico em fibras, indicado para quem tem restrição à substância. Mas é preciso atenção: ele contém glúten e não substitui os compostos bioativos do café tradicional.
Dicas para economizar sem abrir mão do sabor
Compre a granel ou em maior quantidade: pacotes maiores costumam ter melhor custo-benefício.
Prefira o café coado tradicional em vez de cápsulas, que costumam ser mais caras.
Evite desperdícios: prepare a quantidade certa e armazene o pó em local seco, arejado e longe da luz.
Pesquise preços e fique atento a promoções em mercados ou cooperativas.
Considere o café orgânico: é mais caro, mas sem agrotóxicos — ideal para quem busca uma dieta mais natural e consciente.
A alta no café escancara uma realidade maior: a importância do consumo consciente e da educação financeira.