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Saúde e Bem Estar Quinta-feira, 21 de Novembro de 2024, 18:49 - A | A

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Atenção

Preocupação com o uso de “vapes” em escolas gera campanha educativa em Mato Grosso do Sul

Alta incidência de uso de vapes dentro das escolas leva diretores a pedir socorro à Vigilância Sanitária

Viviane Freitas
Capital News

O uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tem gerado preocupação entre profissionais da educação, especialmente na Escola Hércules Maymone, onde estudantes passaram a utilizar esses dispositivos durante as aulas. Para combater esse problema, a Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com a Secretaria de Educação (SED/MS), iniciou uma campanha educativa voltada para conscientizar os alunos sobre os malefícios do cigarro eletrônico. O vape, que simula o ato de fumar, é alimentado por bateria e atrai os jovens devido aos seus sabores e cores atraentes.

O diretor da escola, Rodolfo Rodrigues, relata que os estudantes fumam vapes tanto em sala de aula quanto nos intervalos, além de utilizarem os banheiros para o consumo. A facilidade de uso, já que o dispositivo não emite cheiro, contribui para a popularização do produto entre os jovens, que, muitas vezes, se sentem influenciados por figuras públicas nas redes sociais. O pneumologista Ronaldo Queiroz alerta que o cigarro eletrônico, apesar de inicialmente ser promovido como uma alternativa mais segura, contém até 10 vezes mais nicotina que os cigarros tradicionais, além de liberar substâncias tóxicas como o formaldeído, aumentando o risco de dependência e doenças graves.

A Secretaria de Vigilância Sanitária da SES/MS também se manifesta sobre os perigos do uso indiscriminado do vape, esclarecendo que a fumaça expelida não é vapor d’água, mas sim um aerossol composto por partículas ultrafinas e substâncias tóxicas, que podem causar doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer. Como medida de prevenção, a escola adota ações educativas, como a confiscação dos aparelhos e a realização de pesquisas sobre os malefícios do dispositivo. Além disso, a comercialização de vapes é proibida no Brasil, e quem for flagrado vendendo esses produtos de forma irregular pode ser multado em até R$ 30.000,00.

Desde o início de 2024, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) apreendeu 15 mil vapes em operações contra o comércio ilegal desses produtos. As autoridades continuam fiscalizando locais como bares e tabacarias, além de realizar investigações para combater pontos de venda clandestinos. A população pode denunciar a venda ilegal de cigarros eletrônicos através dos números 136 (OuvSUS) ou 151 (Procon), fornecendo informações que ajudem na identificação e punição dos infratores.

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