A secretaria de desenvolvimento agrário, da produção, da indústria, do comércio e do turismo de Mato Grosso do Sul (Seprotur) fecha 2013 com um saldo bastante positivo na atração de indústrias para o estado. No início do mês foi concedida a licença prévia para o início do processo de instalação da empresa chinesa BBCA no município de Maracajú. O grupo chinês é o maior produtor de ácido cítrico, usado como conservante em todos os alimentos, e pretende processar 1 milhão e 250 mil toneladas de milho anualmente aqui no Estado além de gerar 60 mil kw/h por meio de cogeração.“Foram quatro anos de viagens, visitas, negociações. Essa é uma empresa genuinamente estrangeira que batalhamos bastante pela sua instalação aqui em Mato Grosso do Sul”, afirma a secretária.
O trabalho de atração de empresas como a BBCA sempre esteve na pauta de prioridades da atual administração do Estado, tendo a frente a secretaria de desenvolvimento agrário, produção, indústria, comércio e turismo comandada pela engenheira agrônoma Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias. Ela relata que desde que assumiu o comando deuma das mais importantes pastas do Estado teve a missão de promover essa mudança. “Sabíamos que ficar se o Estado ficasse apenas na venda de produtor primários, não obteríamos nenhum tipo de benefício. Era preciso agregar valor aos nossos produtos.”
O resultado de sete anos de trabalho já é visto e sentido em todos os segmentos da indústria . Mais emprego, mais renda para a população e uma diversificação antes nunca vista. Tereza lembra do período de visitas em São Paulo a grupos empresariais, Fiesp, entrevistas, missões internacionais, visitas a Consulados, Câmaras comerciais de Embaixadas do Japão, China, Itália, Portugal, Espanha...
A secretária Tereza Cristina conta que o processo de mudança de Mato Grosso do Sul começou com aindustrialização dos produtos produzidos aqui mesmo como a carne desossada, suínos, farelos. “ Aumentamos o que já tínhamos e partimos em busca de novos segmentos”, enfatiza. Ela exemplifica esse trabalho lembrando do processo de instalação da Fibria aqui no Estado. “Quando assumimos a Seprotur, no início da administração do governador André Puccinelli, a empresa estava em construção, assim como a InternationalPaper. O nosso desafio foi desenvolver um plano estadual de florestas para sabermos até onde queríamos chegar.” Nesse processo todo Mato Grosso do Sul recebeu também investimentos em plantio de eucalipto, o que acabou gerando o interesse de novas empresas pelo Estado.Para a secretária esse é um segmento que ainda tem muito a crescer. “Outras duas empresas nesse mesmo segmento ainda estão a caminho do Estado. Os estudos já começaram a ser feitos e acreditamos muito do nosso potencial de crescimento.”
Entusiasta do potencial do setor industrial do Mato Grosso do Sul, a secretária Tereza Cristina, lembra que em um curto espaço de tempo vai ser possível ver também o setor de seringueira deslanchar. O primeiro passo já foi dado e os resultados já podem ser visto no polo do município de Cassilândia. “Isso é muito bom porque com a seringueira vem o desenvolvimento de outros setores comoviveiros de mudas, indústrias de transformação, construção de casas e até indústrias de produtos de latex e pneus poderão vir para o MS.
Em sete anos um setor que pode ter o crescimento inquestionável é, sem dúvida, o sucroenergético. Em 2007 eram onze pequenas indústrias e hoje elas já somam 25 instaladas, com 22 delas em pleno funcionamento com capacidade de produção três vezes maior que no início da atual administração. Tereza Cristina afirma que “ esse foi um dos setores que vislumbramos como garantia de desenvolvimento para o interior do Estado. No início era só etanol, açúcar e álcool. Hoje muitas das novas usinas jáatingiram a meta de cogeração de energia.” Essas usinas hoje são responsáveis pela geração de energia suficiente para abastecer todas as residências do Mato Grosso do Sul”.
Energia sempre foi assunto sério para a Seprotur, uma vez que, é impossível falar em atração de novas indústrias sem a capacidade de atendimento energético desses empreendimentos. O governador André Puccinelli, junto com a secretária Tereza, conseguiu a inclusão de Mato Grosso do Sul em grandes projetos de investimentos federais. Um deles - os linhões - possibilita a distribuição da energia gerada por todo o Estado e a exportação do excedente para fora do Estado. Para Tereza Cristina esse foi um ponto fundamental no desenvolvimento do Mato Grosso do Sul pois “não adiantavaatrairmos empresas e não ter como atende-las”.
Para atrair indústrias para o nosso Estado foi preciso garantir infra-estrutura para atender essas novas empresas que aqui vieram se instalar.Todos os municípios do Estado ganharam ligação asfáltica com a capital Campo Grande, foram construídas pontes, trevos. Tudo para garantir a logística de escoamento da produção. “Todo empresário quando vem para o nosso Estado faz uma avaliação bem simples dos benefícios versus a logística oferecida para ver se o resultado ainda garante competitividade ao seu produto”, explica a secretária. Benefícios são concedidos através do Fórum Deliberativodo MS Indústria ( antigo CDI) , instância responsável por estabelecer as políticas de desenvolvimento industrial e de fixar as normas para concessão de benefícios fiscais a empresas interessadas na instalação e expansão em Mato Grosso do Sul. Sua prioridade está nas cadeias produtivas e verticalização da produção, agregando valor aos produtos, diversificando e ampliando a base econômica, gerando assim, emprego e renda para a população.
Outro desafio que vem sendo vencido através dos esforços da Seprotur, através da secretária Tereza Cristina, é o da escassez de mão de obra, problema que surgiu com o crescimento do setor. Parcerias estão sendo estabelecidas para capacitar e atrair trabalhadores para as regiões que mais crescem no Estado.
Ao longo dos últimos sete anos alguns problemas precisaram ser superados. Um delesfoi a chamada“insegurança jurídica” que trouxe alguns prejuízos para o setor industrial de Mato Grosso do Sul. A questão fundiária e a proibição de compra de terras por estrangeiros fez o MS amargar prejuízos da ordem de14 bilhões de reais. Duas indústrias de celulose deixaram de investir em Mato Grosso do Sul. Mas esses pequenos percalços foram superados e hoje é possível constatar um crescimento palpável na pauta de exportações do Estado, principalmente por conta das indústrias de celulose.
Para a secretária Tereza Cristina muito foi feito ao longo desse período e ainda há muito que se fazer.” 2013 foi um ano em que muitos projetos, iniciados no início da atual administração, foram concretizados. Avançamos em todos os setores. Demos um salto e colocamos Mato Grosso do Sul dentro de um mercado competitivo nacional. Me sinto realizada por poder fazer parte desse processo que transformou o nosso Estado”.