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Cotidiano Segunda-feira, 17 de Maio de 2021, 15:21 - A | A

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Prevenção

SES promove ações em celebração ao Maio Laranja

Iniciativa visa fomentar o combate ao abuso e à exploração sexual

Lethycia Anjos
Capital News

Divulgação/Portal MS

SES promove ações em celebração ao Maio Laranja

Campanha Maio Laranja MS

Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS), por meio da Gerência de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (GASCA) e do Serviço de Atenção às Pessoas em Situação de Violência, promove ao longo deste mês a Campanha de Conscientização do Maio Laranja, iniciativa que visa combater o abuso e à exploração sexual infantil. 

Conforme a SES, desde o início da pandemia da Covid-19, crianças e adolescentes ficaram mais expostas e vulneráveis, a secretaria constatou um aumento no número de casos de abuso e exploração relacionados a vítimas do sexo masculino e ‘redução’ em vítimas do sexo feminino.

 

Gerente de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (GASCA) da SES, Carolina Chita, destaca que as medidas de prevenção ao Coronavírus, como o distanciamento social, podem impactar de forma significativa nos dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde.

 

“Ao mesmo tempo em que houve a necessidade de ficar em casa por conta da pandemia, esse período também auxiliou para o aumento de casos de violência contra crianças e adolescentes, devido às vítimas estarem convivendo no mesmo ambiente de possíveis agressores – que geralmente são pessoas próximas e de confiança delas – e também por estarem expostas a conteúdo adulto por meio da internet devido ao tempo livre”, ressaltou a gerente via assessoria.

 

Dados do Sinan apontam que entre janeiro e abril de 2021, houve um aumento de 180%, em comparação ao mesmo período do ano passado, nos casos envolvendo violação de crianças do sexo masculino, de 0 a 11 anos de anos de idade. Entre adolescentes de 12 a 18 anos, foram registrados dois casos em 2020, neste ano a instituição registrou três casos, o que representa um aumento de 50%.

 

Em relação às vítimas do sexo feminino, o Sinan identificou que apesar da redução, meninas ainda são maioria dos casos em Mato Grosso do Sul. Em 2020 foram notificados 52 casos, número que diminuiu para 46 em 2021, representando uma redução de pouco mais de 11% em vítimas de 0 a 11 anos. Conforme a assessoria, na faixa etária de 12 a 18 anos, o número caiu de 83 casos no ano passado para 44 casos neste ano, uma redução de cerca de 47%.

 

Para a socióloga da Rede de Atenção Básica da SES, Jadir Dantas, a diminuição no número de denúncias pode estar associada a casos subnotificados. “Infelizmente, essas vítimas que estão sofrendo essas violências não têm contato com o mundo exterior. E estão convivendo com os seus agressores. Por isso, é importante os pais ou responsáveis ficarem atentos quanto às mudanças no padrão de comportamento. Mudanças extremas de humor, por exemplo, podem ser um sinal de alerta para algo que possa estar errado. A violência sexual afeta diretamente o bem-estar da criança e do adolescente”, explicou via assessoria.

 

De acordo com Cartilha “Abuso sexual contra crianças e adolescentes – abordagemde casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional”, lançada neste ano pelo Ministério Da Mulher, Da Família E Dos Direitos Humanos (MMFDH), existem diferentes tipos violência sexual. “O abuso sexual e a exploração sexual. O abuso acontece quando a criança ou adolescente é usado para satisfação sexual de uma pessoa mais velha. Já a exploração sexual envolve uma relação de mercantilização, onde o sexo é fruto de uma troca, seja financeira, de favores ou presentes”, destaca o documento.

 

A fim de contribuir no enfretamento a violência, Jadir Dantas enumerou oito dicas para identificar possíveis sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes. 

 

Confira as orientações:

 

1) Mudança de comportamento – se a criança/adolescente nunca agiu de determinada forma e, de repente, passa a agir. A reação também pode ser com uma pessoa em específico;

 

2) Proximidade excessiva – se a criança desaparece por horas brincando com alguém de mais idade do que ela ou se torna alvo de um interesse incomum. Pais ou responsáveis precisam ter bom senso neste caso e redobrarem atenção;

 

3) Regressão – recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Como: fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo, ou a chorar sem motivo aparente.

 

4) Segredos – abusador pode fazer ameaças e promover chantagens às vítimas. É comum também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material. É preciso explicar para a criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com adultos de sua confiança, como a mãe ou o pai ou responsável;

 

5) Hábitos – apresenta alterações de hábito repentinas. Pode ser desde uma mudança na escola, como falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação e no modo de se vestir;

 

6) Questões de sexualidade – criança que, por exemplo, nunca falou de sexualidade começa a fazer desenhos em que aparecem genitais, isso pode ser um indicador;

 

7) Questões físicas - é interessante ficar atento também a possíveis traumatismos físicos, lesões que possam aparecer, roxos ou dores e inchaços nas regiões genitais e gravidez na adolescência;

 

8) Negligência - o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. A criança que passa horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família e está em situação de maior vulnerabilidade.

 

Serviço:

Denúncias podem ser feitas pelos telefones Disque 100 e 190 (Polícia Militar).

 

 

 

 

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