A concessionária que responde pelo transporte coletivo no município de Dourados está negociando com a Prefeitura o aumento da tarifa. O gerente da Medianeira, Marcelo Saccol, diz que a empresa propõe subir a passagem de R$ 1,80 para R$ 2,11 a partir de dezembro deste ano. Reajuste de 17,2%, justificado pela elevação de custos com pessoal e do preço do diesel.
A proposta foi encaminhada à Prefeitura em outubro. De acordo com o superintendente de Transportes e Trânsito, Oslon Estigarribia, o prefeito Laerte Tetila vetou o aumento e determinou estudos para viabilizar o transporte sem penalizar empresa ou o trabalhador.
A tarefa é um desafio para Oslon, que foi encarregado de encontrar alternativas. Em entrevista ontem ao O PROGRESSO e ao site Douradosagora, o superintendente, que estava na Capital, ventilou a possibilidade da Prefeitura subsidiar parte do custo do transporte dos usuários não pagantes. É o caso de passageiros com mais de 60 anos e dos estudantes da Educação Básica. Outra alternativa é criar incentivos, junto à iniciativa privada, para aumentar o fluxo de pagantes, o que poderia reduzir custos para a concessionária e usuários. Mas, segundo Oslon, tudo não passa de especulação. O assunto vem tirando o sossego do superintendente de Trânsito.
Marcelo Saccol diz que a Medianeira conseguiu elevar a tarifa de R$ 1,60 para R$ 1,80, em 2005, quando o litro do diesel custava R$ 1,81. Implantou a bilhetagem eletrônica, organizou o sistema e conseguiu segurar o preço. Hoje, com o combustível a R$ 1,94 e os reajustes acima da inflação (12%), garantidos por dois acordos coletivos da categoria, a concessionária começa a contabilizar perdas, diz o gerente.
Com uma frota de 45 ônibus, a Medianeira transporta em torno de 560 mil passageiros por mês no município e, conforme Saccol, atende a população em 98% dos bairros. Cerca de 45% ou mais de 250 mil bilhetes são gratuitos para idosos e alunos. Quando trocam de ônibus no terminal de transbordo, parte da viagem também sai de graça para os demais, diz Saccol.
Ele lembra ainda que só os estudantes do Ensino Fundamental, que têm passe livre para o horário de aula, representam uma população mensal de 40 mil usuários, fora os universitários que pagam meia. "Tentamos, ao máximo, não aumentar a tarifa, mas como é nossa única fonte de renda não vemos outra alternativa, já que não temos subsídio algum", conclui o gerente da Medianeira.
