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Cotidiano Terça-feira, 01 de Março de 2016, 12:46 - A | A

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Problema antigo

TJ-MS diz que proibição do acesso de catadores no aterro da Capital se restringe à área de transição

Segundo o Tribunal, demais áreas existentes no entorno do aterro, como as dependências da UTR e acessos a outros pontos do local estão liberados aos trabalhadores

Gilmar Lisboa
Capital News

Deurico/Capital News

Foto ilustrativa de lixão, aterro sanitário, material reciclado, lixo, coleta seletiva, resíduos, insalubridade, catadores

Problema envolvendo manuseio direto de dejetos no Aterro da Capital se arrasta há muitos anos

O Tribunal de Justiça esclareceu na manhã desta terça-feira (1°) que a decisão tomada na noite desta segunda-feira (29) pelo juiz Marcelo Ivo, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital, no que se refere à restrição imposta aos catadores que operam no Aterro Sanitário do bairro Dom Antônio Barbosa, é uma sentença que proíbe apenas a presença dos trabalhadores na área de transição do aterro, ou área onde os dejetos são depositados na prática pela empresa CG Solurb, que explora a coleta no município.


Segundo o TJ-MS, as demais áreas existentes no entorno do aterro, como as dependências da UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) e acessos a outros pontos do local estão liberados aos catadores.


No despacho, o magistrado deu um prazo de 48 horas para que a prefeitura se adeque às suas exigências acerca da proibição da entrada dos catadores na área de transição do aterro.


No último domingo (28) o magistrado vetou o acesso à área de transição do aterro aos trabalhadores. A decisão não agradou os catadores, que recorreram ao prefeito Alcides Bernal (PP) no próprio domingo. No mesmo dia, então, o prefeito prometeu uma saída para a problemática.

 

 

Na gestão que fez junto ao Judiciário, via PGM (Procuradoria Geral do Município), então, Bernal pediu, nesta segunda, um prazo de 30 dias para achar uma saída para o imbróglio envolvendo os catadores – nesse prazo, o prefeito defendeu que os trabalhadores permanecessem com as atividades de manuseio direto do lixo despejado no aterro.


Na noite desta segunda, no entanto, o juiz Marcelo Ivo emitiu novo parecer acerca do caso avisando que somente depois de ouvir o Ministério Público é que vai se manifestar sobre a demanda do prefeito, que prometeu, entre outras coisas, implementar mais cursos de capacitação dos catadores, visando integrar os trabalhadores num projeto mais amplo de gestão cooperada das atividades de seleção e reciclagem dos dejetos enviados ao aterro.

O MP foi acionado nesta manhã acerca da demanda do Judiciário. O caso foi remetido à 26ª Promotoria de Justiça da Capital e, até amanhã, segundo a assessoria do órgão, a promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro deve se manifestar sobre o pedido feito pela Justiça.

 
Também nesta manhã, o prefeito Alcides Bernal, através de sua assessoria, disse que vai aguardar, respectivamente, as decisões do MP e da Justiça sobre o imbróglio do lixão para voltar a se manifestar sobre o assunto.


Situação tranquila
Com relação às manifestações previstas para hoje no aterro sanitário em decorrência da decisão judicial de ontem, a Guarda Municipal, que faz a segurança no lixão, disse que não precisou incrementar o efetivo no local porque, até o final da manhã, a situação estava sob controle no aterro.


O caso
O imbróglio acerca dos ajustes necessários para tocar um projeto profissionalizante de reciclagem do lixo no aterro do bairro Dom Antônio Barbosa se arrasta desde 2013, época em que a Defensoria Pública da Capital exigiu que a área de transição fosse definitivamente fechada para o acesso dos catadores, restando a eles apenas o trabalho em forma de cooperados no interior da UTR.


Desde então, por conta de distorções na forma dos ganhos financeiros dos trabalhadores, seguidas desobediências a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado na época, por exigência da Defensoria, já na gestão de Bernal, têm sido registradas no aterro.

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