No final da manhã desta segunda-feira (15), a BR-162 foi liberada após bloqueios realizados por membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e indígenas das Aldeias Bororó e Jaguapiru. Os protestos começaram pela manhã na BR-262 (km 492, entre Anastácio e Miranda), porem os pontos de manifestação aumentou para a MS-384 (km 24, entre Antônio João e Ponta Porã) e a MS-156, entre Dourados e Itaporã.
O MST, composto por aproximadamente 800 pessoas, exige terras, crédito e alimentação para as famílias acampadas. Segundo Zeca, um dos líderes do movimento, eles cobram respostas do governo federal, principalmente do Incra, sobre o assentamento de famílias e a disponibilização de áreas para novos assentamentos. O grupo também pediu uma reunião com o presidente do Incra-MS, Paulo Roberto da Silva, que afirmou já estar em contato com a liderança do MST.
Além dos bloqueios do MST, indígenas das Aldeias Bororó e Jaguapiru também protestam devido à falta de água nas reservas. Os manifestantes reclamam das promessas não cumpridas pelos políticos e ameaçam fechar o anel viário e o acesso ao Hospital da Missão Caiuá, em Dourados.
As rodovias permanecem com bloqueios e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar Rodoviária (PMR) acompanham a situação para garantir a segurança nas vias O grupo ameaça, ainda, fechar o anel viário e o acesso ao Hospital da Missão Caiuá, em Dourados.
Na última quinta-feira (21), o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, chamou de “vergonha” a falta de água enfrentada pela maior comunidade indígena de Mato Grosso do Sul, a Reserva de Dourados, onde vivem ao menos 20 mil pessoas.
Durante o lançamento do programa que visa atender comunidades indígenas em seis cidades do Estado, ele disse que não vai terminar o atual mandato sem resolver o problema que se arrasta há anos. Porém, Dourados ficou de fora dos benefícios garantidos pelo programa.
“Não vamos terminar nosso mandato sem resolver o problema de Dourados. Vamos atrás de recursos, vamos pedir apoio da Itaipu, mas temos que acabar com essa vergonha. É inaceitável. Vamos avançar sem deixar ninguém para trás. Não quero acabar esse mandato sem entregar água e dignidade às pessoas e sem acabar com a pobreza extrema”, afirmou Riedel.