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Agronegócio Domingo, 07 de Julho de 2024, 08:31 - A | A

Domingo, 07 de Julho de 2024, 08h:31 - A | A

Produção de mel

Mato Grosso do Sul tem um remanescente florestal nativo bem superior à de outros estados

Áreas ocupadas com eucalipto e seringueira cresceram a taxas anuais muito expressivas

Elaine Oliveira
Capital News

As florestas plantadas já ocupam área aproximada de 2 milhões de hectares no Estado, conforme cálculo da Reflore MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas). Na última década as áreas ocupadas com eucalipto e seringueira em Mato Grosso do Sul cresceram a taxas anuais muito expressivas, respectivamente 14% e 18%.

Além das florestas plantadas, Mato Grosso do Sul tem um remanescente florestal nativo bem superior à de outros estados vizinhos. E com tantas árvores, é natural o surgimento de produções associadas para aproveitar todo esse potencial. Nesse caso, a apicultura tem se mostrado uma alternativa viável, rentável e atrativa, sobretudo para os pequenos produtores rurais, avalia a gestora de Desenvolvimento Rural da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Francimar Perez.

A apicultura é uma atividade consolidada e está em expansão no Estado, assegura ela. Inclusive, as próprias empresas de celulose incentivam os pequenos produtores a criarem abelhas próximo às florestas plantadas, patrocinando projetos, fazendo doação de colmeias e equipamentos para manejo. Apesar do enorme potencial, ainda há muito a crescer: em 2021, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Mato Grosso do Sul figurava em 11º lugar entre os maiores produtores de mel do País, com 903 mil quilos de mel/ano. Muito longe do primeiro colocado, o Rio Grande do Sul, com 9,2 milhões de quilos. A boa notícia é que, entre 2010 e 2021, a produção de mel no Estado teve aumento de 176,22%.

Divulgação/Semadesc

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Expansão das florestas plantadas e chegada da citricultura podem impulsionar produção de mel no Estado

De olho nesse potencial e visando impulsionar a atividade, desde o ano passado Mato Grosso do Sul tem o Plano de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Apicultura e da Meliponicultura, elaborado pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), através da Câmara Setorial Consultiva de Apicultura. Em 2023, conforme dados da Agraer, havia mais de 44 mil colmeias registradas no Estado e cerca de mil produtores de mel.

Em Mato Grosso do Sul existem 27 unidades de beneficiamento de produtos de abelhas pertencentes a associações de apicultores, sendo que sete estavam inativas na época do levantamento, em 2023. A maioria do mel produzido aqui é exportado, sendo que uma grande quantidade atravessa as divisas em Estado bruto, sendo processado, envasado e rotulado em outros estados e perdendo, dessa forma, sua origem.

A Agraer apoia o setor na regulação das agroindústrias, estruturação da cadeia com repasse de equipamentos como centrífuga, mesa desoperculadora, decantadores e envasadores; atua na elaboração de projetos para investimento e custeio da atividade; também intermedeia a comercialização através de projetos governamentais como o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos); desenvolve projetos de extensão para fomentar a produção e buscar financiamentos ao setor, na capacitação e orientação técnica.

O mel está associado ao trabalho da abelha. E é fato que as maiores produtoras de mel são as abelhas da espécie apis melífera, ou abelha Europa, que formam colmeias numerosas e são dotadas de ferrão. No entanto, Mato Grosso do Sul tem mais de 30 espécies de abelhas sem ferrão e que produzem mel de excelente qualidade. A Agraer desenvolve pesquisas com essas abelhas e já implantou dois meliponários: um no Parque das Nações Indígenas e outro no campus da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Aquidauana.

Divulgação/Semadesc

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