Nesta quinta-feira (28), uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitou um aumento na vigilância dos animais, especialmente aves, em busca de sinais de infecção pelo vírus da gripe aviária H5N1. A medida visa conter a propagação do vírus, que tem afetado diversas espécies. A OMS pediu mais esforços para prevenir a transmissão do H5N1 para novos animais e, principalmente, para seres humanos.
Maria Van Kerkhove, epidemiologista da OMS, enfatizou a necessidade urgente de intensificar a vigilância em animais, incluindo aves selvagens, aves domésticas e outros animais suscetíveis à infecção. Ela ressaltou que tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo, a vigilância precisa ser mais robusta para detectar e controlar possíveis surtos de H5N1.
A OMS tem trabalhado em colaboração com outras organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde Animal e a Organização de Alimentos e Agricultura, para ampliar o monitoramento da gripe aviária entre animais. A preocupação aumentou após a confirmação de que o vírus H5N1 foi encontrado em um porco no estado de Oregon, nos Estados Unidos, em um pequeno sítio rural.
Os porcos representam uma ameaça particular, pois podem ser co-infectados com os vírus de aves e humanos, o que poderia resultar em uma recombinação genética que gerasse uma nova cepa do vírus, potencialmente mais transmissível e perigosa para os humanos. Van Kerkhove mencionou que a OMS está sempre em alerta, pois o risco de uma pandemia de gripe aviária não é uma questão de "se", mas de "quando".
Embora o risco para a população em geral ainda seja considerado baixo, a OMS segue atenta. Até agora, os Estados Unidos reportaram 55 casos humanos de gripe aviária H5N1 em 2024, sendo a maioria entre trabalhadores rurais que tiveram contato com aves ou outros animais infectados. Não houve transmissão de pessoa para pessoa, mas o setor agrícola, especialmente trabalhadores de fazendas, é considerado um grupo de risco elevado.