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Economia Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2024, 11:06 - A | A

Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2024, 11h:06 - A | A

2º maior setor

Indústria gera 30% dos empregos em Mato Grosso do Sul em 2024

Nos primeiros 11 meses de 2024, Mato Grosso do Sul registrou um saldo positivo de 26.776 empregos com carteira assinada

Viviane Freitas
Capital News

Com a chegada de novos empreendimentos e megafábricas, a indústria de Mato Grosso do Sul tem se destacado como um dos principais setores geradores de emprego no Estado. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que, entre janeiro e novembro deste ano, a indústria foi o segundo setor que mais gerou postos de trabalho, ficando atrás apenas dos serviços.

Nos primeiros 11 meses de 2024, Mato Grosso do Sul registrou um saldo positivo de 26.776 empregos com carteira assinada, fruto de 388.856 admissões e 362.080 demissões. O setor de serviços lidera com 13.485 vagas, representando 50,36% do total, seguido pela indústria com 8.039 postos (30% do saldo). O comércio teve um saldo positivo de 4.991 empregos, enquanto a agropecuária gerou 3.747 vagas. A construção civil, por sua vez, foi o único setor com resultado negativo, registrando 3.485 demissões a mais que contratações.

Mato Grosso do Sul tem se consolidado como um polo industrial, especialmente no setor de celulose. O Estado, que já era conhecido como "celeiro do agro", agora também é chamado de "Vale da Celulose", devido ao aumento na produção de fibra de eucalipto e à instalação da maior fábrica de celulose do mundo. Além disso, novos investimentos em soja e milho processados, assim como o aumento da capacidade de armazenagem, têm impulsionado ainda mais o desenvolvimento industrial da região.

Um exemplo desse crescimento é a Suzano, que iniciou operações em Ribas do Rio Pardo em julho de 2024. A fábrica já gerou 3 mil empregos formais, consolidando-se como um dos maiores responsáveis pela expansão da indústria no Estado. O doutor em Administração Leandro Tortosa destaca que a industrialização é fundamental para a criação de empregos e para o fortalecimento da economia local. A expansão dos investimentos industriais, segundo ele, beneficia diretamente a população de Mato Grosso do Sul.

Embora o setor tenha apresentado números positivos ao longo do ano, o mês de novembro registrou um saldo negativo de empregos no Estado, com 179 demissões a mais que admissões. O número de contratações foi de 30.494, enquanto as demissões chegaram a 30.673, o que reflete uma leve desaceleração na geração de empregos. O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, explicou que esse resultado foi impulsionado pela sazonalidade da agropecuária, que, após o término do plantio das culturas de verão, não gerou novas vagas. Além disso, o setor de construção civil também passou por uma desaceleração devido à finalização de grandes obras, como a da Suzano.

Apesar desse recuo temporário, Mato Grosso do Sul se destaca por ter a terceira menor taxa de desocupação do Brasil, com apenas 3,8% da população economicamente ativa desempregada, o que indica um cenário de pleno emprego. No entanto, um número considerável de pessoas ainda se encontra em situação de vulnerabilidade social: 1,4 milhão de sul-mato-grossenses estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), refletindo a realidade de pobreza ou baixa renda que afeta mais da metade da população do Estado, um índice acima da média nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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