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Economia Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025, 08:42 - A | A

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Calor extremo

Ponte Bioceânica recebe gelo para suportar calor do Pantanal

A técnica, conforme o ministério, assegura a correta hidratação e resistência ao concreto e evita o seu endurecimento prematuro

Viviane Freitas
Capital News

A construção da Ponte da Bioceânica, que ligará o Brasil, por Porto Murtinho (MS), ao Paraguai, por Carmelo Peralta, alcançou 65% de conclusão nesta semana, conforme o Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai. A ponte é uma peça-chave para viabilizar o Corredor Bioceânico, também conhecido como Rota de Integração Latino-Americana (RILA), conectando as costas dos oceanos Atlântico e Pacífico, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

Para enfrentar o calor extremo da região, onde as temperaturas frequentemente ultrapassam os 40ºC, a construção adota uma inovação técnica: a mistura de gelo no concreto. Segundo o MOPC, essa técnica assegura a correta hidratação e resistência do material, evitando o endurecimento prematuro, fissuras e outros problemas causados pelo calor excessivo durante o processo químico de hidratação do cimento.

A ponte está sendo construída por um consórcio binacional com um investimento de R$ 575,5 milhões, financiados pela administração paraguaia de Itaipu. A estrutura terá 1.294 metros de extensão, divididos em três trechos, incluindo uma seção estaiada de 632 metros sobre o rio Paraguai, com pilares de 130 metros de altura. A obra também contempla elementos de segurança e acessibilidade, como ciclovia, calçadas para pedestres e acostamentos, além de mastros simbólicos representando a união entre os dois países.

No lado brasileiro, avança a construção do acesso que ligará a BR-267 à ponte, uma obra orçada em R$ 427 milhões e executada pelo Consórcio PDC Fronteira, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Este acesso inclui uma alça rodoviária de 13,1 quilômetros, um contorno rodoviário em Porto Murtinho e um centro aduaneiro. No Paraguai, já foi iniciada a licitação para a pavimentação de uma estrada de 3,8 quilômetros que conectará a ponte à rodovia local.

O Corredor Bioceânico promete uma vantagem logística significativa, reduzindo em até 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia, via portos chilenos. Além de aumentar a competitividade dos produtos sul-mato-grossenses e brasileiros, a rota fomenta a integração cultural, o turismo e o comércio entre os quatro países, consolidando-se como um importante eixo de desenvolvimento regional.

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