Quinta-feira, 06 de Março de 2008, 19h:06 -
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Dólar bate R$ 1,68 no fechamento, com nervosismo sobre cena externa
Folha Online
O mercado de câmbio inverteu a tendência matutina de baixa e encerrou os negócios desta quinta-feira apontando uma taxa mais alta: o dólar comercial foi vendido a R$ 1,680, com avanço de 0,53%.
Profissionais de corretoras afirmam que o mercado financeiro ficou perturbado com os indicadores contraditórios da economia americana: pela manhã, as solicitações pelo benefício do auxílio-desemprego foram inferiores ao esperado, mostrando um inesperado fortalecimento do emprego, num país à beira de uma recessão; pouco mais tarde, investidores voltaram a ficar assustados com a conseqüência da crise dos créditos "subprime": duas empresas ligadas ao setor de hipotecas admitiram problemas para saldar compromissos financeiros.
"Esses números confundiram muita gente: quer dizer, se a economia não está 'morta', será que o Federal Reserve [banco central americano] vai voltar a cortar os juros? Na dúvida, o pessoal prefere mudar de posição mesmo [vender ações e comprar dólar]", comenta Reginaldo Galhardo, gerente da mesa de câmbio da corretora Treviso.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi trocado por R$ 1,770 (venda), com estabilidade. A taxa de risco-país marca 262 pontos, número 6,07% superior.
O Banco Central promoveu um leilão de câmbio às 12h02 e aceitou ofertas por R$ 1,6665 (taxa de corte). Até ontem, o nível das reservas internacionais era de US$ 192,971 bilhões.
Para analistas, o repique de hoje não muda a tendência considerada predominante para o mercado de câmbio: para muitos, o dólar deve continuar a cair, tendo altas pontuais conforme o grau de nervosismo dos agentes do setor financeiro no dia.
Juros futuros
As taxas projetadas para 2009 e 2010 subiram no mercado futuro de juros --que baliza as tesourarias dos bancos-- da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Entre os contratos mais negociados, a taxa projetada para abril de 2008 cedeu de 11,12% ao ano para 11,11%; no contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada subiu de 11,72% para 11,78%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada avançou de 12,38% para 12,60%.