Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2008, 18h:44 -
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Dólar fecha a R$ 1,68, menor taxa desde maio de 1999
Folha Online
O mercado de câmbio rompeu o "piso" de R$ 1,70 e testou diretamente o nível de R$ 1,68 nos negócios desta terça-feira. O preço da moeda americana chegou a bater R$ 1,681 em sua menor cotação do dia, mas um leilão do Banco Central, realizado nos últimos minutos, contribuiu para conter a queda das cotações.
O dólar comercial foi cotado a R$ 1,684 para venda, em declínio de 1,28%, nos últimos negócios desta terça-feira. Trata-se da menor cotação desde 19 de maio de 1999. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 1,790 (venda), em retração de 1,10%.
Operadores de corretoras notaram operações de vulto na parte da manhã, supostamente de grandes empresas como Vale do Rio Doce e Petrobras. Há dias, corretores também têm comentado sobre a possibilidade de uma parcela dos ingressos ser explicada por conta da iminência da privatização da Cesp (Companhia de Energia de São Paulo), prevista para o dia 26 de março. Os consórcios interessados devem depositar garantias até o dia 10 deste mês.
Profissionais de câmbio citam também outras duas razões para justificar o descenso das taxas de câmbio. Primeiro, a diferença entre os juros básicos americanos (3% ao ano) e brasileiros (11,25%), o que torna atrativo para os investidores estrangeiros aportarem recursos nos ativos domésticos.
Segundo corretores, a ação de investidores para influenciar a formação da Ptax, a taxa de câmbio calculada pelo BC, e que serve de referência para liquidação de contratos futuros de dólar, na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
"Você tem uma formação de Ptax, que pode ter ocorrido mais cedo, porque o mês é mais curto, e os agentes podem ter se antecipado um pouco", comenta João Gomes, gerente de câmbio da corretora Agente.
O profissional lembra também que há uma tendência internacional de desvalorização dólar, principalmente com o aumento da importância do euro como moeda de comércio internacional e poupança.
A "demora" do BC em entrar no mercado também pode ter contribuído para o recuo das taxas. A autoridade monetária entrou com pouco menos de 15 minutos para o encerramentos dos negócios e aceitou ofertas por R$ 1,6828 (taxa de corte).
"Tem muitos que seguram a sobra de dólares para vender para o BC, mas hoje ele entrou no mercado um pouco tarde. Quando viram que ele não comparecia, começaram a vender, o que pode ter ajudado a derrubar um pouco as cotações", comenta Glauber Romano, economista da corretora Intercam.
Juros futuros
As taxas projetadas para 2009 e 2010 ficaram mais baixas no mercado futuro de juros --que baliza as tesourarias dos bancos-- da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Entre os contratos mais negociados, a taxa projetada para abril de 2008 foi mantida em 11,13% ao ano; no contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada retraiu de 11,77% para 11,72%; no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada passou de 12,43% para 12,40%.