Dólar fecha em queda pelo quarto pregão consecutivo

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (19) pela quarta sessão consecutiva, se aproximandando do patamar de R$ 1,60. A moeda americana terminou o dia negociada a R$ 1,604, com baixa de 0,19%. Na semana, as perdas da divisa chegam a 1,96%.

Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, a moeda norte-americana vem sendo derrubada pelo fluxo de entrada de recursos no país.

"A gente está com dois graus de investimentos... e o grau de investimento mostra que o país atende as mínimas condições para o investidor poder vir tranquilo", afirmou o gerente lembrando que a forte entrada de recursos, no entanto, já acontecia antes da divulgação da elevação do rating nacional.

"Nós já estávamos carimbados como um país que fez a lição de casa", completou Galhardo.

Barreira

Nesta quinta-feira, o dólar operou grande parte do dia em queda perto do patamar de 1,60 real, mas para o operador o piso opera como uma "barreira psicológica" que dificilmente será rompida nesta semana. "A barreira é psicológica mesmo, é uma briga de comprados e vendidos e isso dá equilíbro para o mercado".

Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros, tem avaliação semelhante à de Galhardo quanto ao fluxo de entrada de recursos no país e acrescenta a importância das operações de arbitragem, que lucram com o diferencial entre os juros praticados interna e externamente, na forte desvalorização da moeda nos últimos meses.

No meio da sessão, o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária definiu a taxa de corte a 1,6063 real e aceitou, segundo operadores, três propostas.

Pregão de quarta

Na quarta-feira, o dólar cedeu frente ao real nos minutos finais do pregão, depois de passar parte do dia em alta por conta das bolsas. "É que a tendência ainda é de certa forma para baixo, e os 'players' aproveitam os momentos (de alta) para desfazer suas posições", afirmou Carlos Alberto Postigo, operador de câmbio do Banco Paulista.

O dólar já recuou quase 10% neste ano devido a diversos fatores, entre eles operações de arbitragens. Segundo o operador, o mercado cambial também acompanhou o fluxo de recursos, que afeta a cotação de forma mais evidente pelo fato de o mercado não ter muita liquidez.