Dólar sente piora no exterior e fecha acima de R$ 1,60

O dólar foi influenciado pela piora nas expectativas dos investidores no exterior e fechou com alta nesta quinta-feira. A moeda americana terminou os negócios do dia vendida a R$ 1,602, com avanço de 0,69%. Ontem, a divisa fechou abaixo de R$ 1,60 pela primeira vez desde janeiro de 1999.

A queda acumulada pelo dólar no mês, no entanto, ainda é de 1,60%.

Os mercados globais viveram um dia de apreensão, com fuga dos investidores para ativos mais seguros em meio ao novo recorde do petróleo e à forte queda das ações de bancos.

O índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, caiu durante o pregão para o nível mais baixo desde 2006.

No meio da tarde, o risco Brasil subia dez pontos, para 219 pontos-básicos, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) exibia queda de quase 3%.

Apesar da instabilidade, o dólar teve uma sessão mais tranqüila do que os outros mercados, e passou a maior parte do dia abaixo de R$ 1,60. "Não teve grandes solavancos", disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora.

O mercado espera agora a pesquisa do Banco Central (BC) para aferir a demanda dos agentes por um leilão de swap cambial reverso. O resultado da sondagem será divulgado às 18h30.

A operação, se confirmada, terá o objetivo de rolar cerca de US$ 2,4 bilhões em papéis com vencimento na virada do mês. O swap reverso já foi usado pelo BC para amenizar a queda do dólar, mas a autoridade monetária somente tem estendido o vencimento desses papéis.

Mas o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, chamou a atenção para o vencimento de outros papéis atrelados ao câmbio no próximo mês.

De acordo com dados do BC, expira em 16 de julho um lote com valor equivalente a pouco mais de US$ 700 milhões em NTN-Ds (US$ 627 milhões) e contratos "tradicionais" de swap cambial (US$ 90 milhões). As NTN-D são títulos do Tesouro que deixaram de ser emitidos.

Segundo ele, há incerteza sobre a prorrogação desses papéis, o que pode provocar um ajuste no mercado de câmbio.

Na metade da sessão, o BC realizou o tradicional leilão de compra de dólares no mercado à vista. Foi aceita somente uma proposta, segundo um operador, com corte de R$ 1,5965. (Agência Reuters)