O ano de 2008 encerrou com uma evolução positiva na geração de saldo líquido de empregos formais da ordem de 9.866 postos de trabalho.
O que significa um aumento de 2,95% no número de postos de trabalho existentes, para assalariados com carteira assinada, em relação a dezembro de 2007, conforme mostrou a pesquisa realizada pela Funtrab (Fundação Estadual de Trabalho e Qualificação Profissional) órgão da Secretaria de Trabalho e Assistência Social do governo de Mato Grosso do Sul.
Os setores que apresentaram acréscimos no saldo de geração de emprego em 2008 foram os serviços, com 56% e o comércio, 33%. As atividades ligadas ao setor agropecuário foram as mais afetadas pelo cenário mundial, encerrando o ano com a extinção de 1.448 postos de trabalho.
A retração de 2,48% do setor primário em relação a 2007 pode ser atribuída ao alto custo dos insumos na época do plantio agrícola; poucas chuvas nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado; falta de linhas de crédito para financiamento, além das tradings existentes no mercado, que compram a maior parte da produção, terem se recusado a negociar os preços para o mercado futuro.
Na pecuária houve demissão de funcionários por parte dos frigoríficos, que sentiram reflexos da baixa nas exportações de carne.
Contudo, para cada posto de trabalho extinto na agropecuária foram criados aproximadamente seis postos de trabalho pelas demais atividades econômicas no estado de Mato Grosso do Sul.
Em dezembro, por razões sazonais que marcam a série do Caged (Cadastro Geral de Empregos) como entressafra agrícola, férias escolares, período de chuvas, esgotamento da bolha de consumo no final do ano e questões conjunturais, atribuídos ao reflexo da crise financeira internacional, verificou-se declínio de 4,20% no nível de emprego ou uma diminuição de 15.103 postos de trabalho.
Apesar de ter sentido as consequências dos problemas econômicos mundiais, no mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul, o número de postos relativos a emprego formal em todos os segmentos da atividade econômica, excluindo a agropecuária, encerra o ano de 2008 com o maior nível de ocupação dos últimos dez anos.
Em Campo Grande foram admitidos 97.302 trabalhadores com carteira assinada durante o ano de 2008 e foram demitidos no mesmo período 88.243, sendo a atividade pecuária a que mais dispensou. Corumbá somou 4.268 admissões e 4.106 desligamentos, com maiores demissões na construção civil e comércio. Em Dourados 19.871 trabalhadores foram admitidos e 17.628 demitidos, sendo a construção civil o setor que mais dispensou.
O setor da construção civil também foi o que mais demitiu funcionários no município de Três Lagoas, sendo responsável por 27,2% das 22.123 demissões ocorridas. No mesmo município houve 21.256 contratações. A maior parte dos casos de demissões em Três Lagoas, principalmente no mês de dezembro, foi em decorrência da finalização das obras da indústria de papel e celulose do grupo Votorantim.
Para a realização da obra, a empresa empregou cerca de 10 mil trabalhadores, sendo a maioria trazida de outros estados do País. As demissões já eram previstas explica Simone Tebet, prefeita de Três Lagoas.
A demissão dos cerca de 2,4 mil trabalhadores em novembro e dezembro não gerou desemprego na cidade, pois muitos já estão empregados na construção de outras indústrias locais". Em muitos casos o seguro desemprego foi solicitado no município, mas o trabalhador já retornou ao seu estado de origem.
Simone explica que quando a fábrica entrar em funcionamento, no final de março deste ano, vai gerar 1,2 mil empregos diretos e o grupo Votorantim tem o compromisso de empregar 80% da mão-de-obra local. (Com informações da Assessoria)