A TV Digital e o álcool abrem um novo "ciclo virtuoso" de relações econômicos entre Brasil e Japão. A afirmação foi feita hoje pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no abertura do ano de intercâmbio Brasil e Japão.
Em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro afirmou que o Japão deixou de ser o segundo parceiro comercial do Brasil a partir de 1980 com a crise inflacionária brasileira e a estagnação econômica do Japão.
"Essas duas circunstâncias estão superadas. Nossas economias encontram-se em trajetória de crescimento. Temos todas as condições de retomar nossa parceria", afirmou, ao mencionar como carros-chefes das relações comerciais a TV Digital e o álcool.
"A instalação de uma fábrica de semicondutores japonesa no Brasil é símbolo da nova era de cooperação", afirmou Amorim, sem mencionar a empresa e a data de instalação.
O ministro reforçou que Brasil e Japão possuem "posições afins" na agenda internacional em relação às mudanças climáticas, ao desarmamento nuclear e à cooperação para o desenvolvimento dos países pobres.
Amorim citou ainda que eventuais diferenças em "um ou outro pequeno ponto" não prejudica a defesa do multilateralismo no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). "O multilateralismo é o novo nome para paz".
Segundo avaliação dos debatedores do Simpósio Econômico Brasil-Japão, realizado nesta quarta-feira em São Paulo, os biocombustíveis aparecem como o principal canal para estreitar a relação entre os dois países.