Terça-feira, 19 de Agosto de 2008, 07h:42 -
A
|
A
Brasil se mantém otimista na luta por vaga na final
Da Redação
Dois meias talentosos que estragaram sonhos de jogadores brasileiros nos últimos anos estarão novamente no caminho da seleção nesta terça-feira, às 10h (de Brasília), em Pequim. Messi e Riquelme são os maiores obstáculos para que o Brasil volte à final olímpica do futebol depois de 20 anos e siga o caminho para o ouro inédito.
O vencedor do clássico enfrenta na decisão o ganhador de Nigéria x Bélgica, que acontece às 7h (de Brasílai) desta terça, em Xangai. A final será no sábado, à 1h (de Brasília), no estádio Ninho do Pássaro, em Pequim.
Assim como o time de Dunga está atravessado na garganta dos argentinos - afinal, são três vitórias seguidas em decisões -, Messi e Riquelme estão na mira de alguns dos brasileiros que entram em campo nesta terça. Tudo bem que neste ano, o camisa 10 foi derrotado na Libertadores com o Boca Juniors pelo Fluminense, mas em 2007, contra o Grêmio, deu um show, principalmente na primeira partida, em Buenos Aires.
- Tive a oportunidade de marcar o Riquelme naquela decisão. É um jogador que tem experiência e qualidade. Não podemos dar espaço para ele - diz Lucas.
Aplausos para Messi no Mineirão
Messi foi personagem de um episódio que gerou críticas de jogadores e comissão técnica recentemente. O craque do Barcelona foi aplaudido pelo público no fim do jogo em que a Argentina empatou com o Brasil por 0 a 0 no Mineirão, pelas eliminatórias. Na época, jogadores reclamaram da postura da torcida.
Mas o trauma com Messi é anterior a isso para três jogadores que vão disputar o clássico em Pequim. Renan, Rafael Sobis e Diego Alves estavam no grupo que perdeu a semifinal do Mundial Sub-20 de 2005 por 2 a 1 para a Argentina de Messi, Agüero e Zabaleta, rivais desta terça. O meia-atacante do Barça comandou a vitória com um gol no início do jogo e um passe para Zabaleta decretar nos minutos finais.
- Contra nós, naquele dia, ele bagunçou todo o jogo. Agora, eu, Diego e Renan temos oportunidade de vencer - diz Sobis.
Mais do que se livrar dos traumas, os brasileiros se preocupam em buscar a forma ideal de fazer a marcação aos dois. Hernanes diz que Messi precisa de cuidados especiais.
- O Messi protege muito bem a bola e lança muito bem. Não podemos deixar espaço nem para ele pensar - diz.
Lucas diz que Dunga ainda não explicou como será feita a marcação aos dois meias argentinos, mas faz uma previsão.
- Tem que ser uma marcação firme e segura. Temos que diminuir todos os espaços para que eles não possam pensar - diz.
Segundo duelo em Olimpíadas
O duelo desta terça-feira é o segundo entre Argentina e Brasil na história das Olimpíadas. Nas quartas-de-final de Seul-1988, vitória verde-e-amarela por 1 a 0, com gol de Geovani. Na decisão do ouro, o Brasil foi derrotado pela União Soviética por 2 a 1.
De lá para cá, só decepções. Em 1992, o time não conseguiu passar pelo Pré-Olímpico da América do Sul. Quatro anos depois, em Atlanta, um time com Ronaldo Fenômeno como estrela principal perdeu para a Nigéria, na semifinal. Em Sidney-2000, derrota para Camarões na prorrogação, com Ronaldinho Gaúcho em campo. Após ficar fora de Atenas-2004, o Brasil está de novo a dois passos de quebrar o incômodo tabu.
- É o momento que todos nós estávamos esperando. Agora temos que fazer a nossa parte - diz Diego.
Para encarar o Brasil e tentar dar o troco das derrotas na decisão das duas últimas edições da Copa América e na Copa das Confederações de 2005, a Argentina vai escalar o time que venceu a Holanda por 3 a 2. O goleiro Romero, que entrou durante as quartas-de-final, substitui o contundido Ustari. (Globo Esporte)