A seleção brasileira já está classificada para a Copa do Mundo, mas o técnico Dunga, ao menor sinal, quer cortar pela raiz qualquer indício de individualismo no grupo de jogadores. O treinador reprovou as declarações do atacante Luis Fabiano ao dizer que gostaria de atuar nos dois últimos jogos das eliminatórias, diante de Bolívia e Venezuela, para manter a liderança da artilharia - ele tem nove gols.
- Primeiro, não conversamos com o jogador. Nós, da seleção, não temos objetivos individuais e, sim, coletivos. Nosso objetivo era classificar para a Copa. Conseguimos. O segundo é ganhar a Copa do Mundo. Vamos fazer aquilo que for melhor para o coletivo – afirmou o treinador.
Em seguida, Dunga contemporizou justificando que o jogador teve a intenção de se colocar em campo para não dar brecha aos outros atacantes, todos agora brigando por uma vaga no Mundial da África do Sul.
- O Luis falou com a vontade de jogar porque sabe da competitividade. Todo mundo quer jogar a todo custo, mas, infelizmente, só onze entram – acrescentou.
Dunga, aliás, gaba-se de ter acabado com o individualismo na seleção, sobretudo depois do fracasso brasileiro na Copa da Alemanha, em 2006. Na ocasião, o lateral-direito Cafu e o atacante Ronaldo deram entrevistas dizendo que gostariam de quebrar recordes individuais de jogos e gols, respectivamente, o que acabou sendo usado como um dos pontos principais pela perda do hexacampeonato.
- Jogador tem que estar comprometido e ter espírito de seleção. Tem que estar pronto para jogar cinco minutos, noventa minutos ou não jogar. O que afasta um jogador da seleção é a falta de comprometimento, o egoísmo e a individualidade. Busco que cada um busque sua qualidade para a seleção. Se só pensar individualmente, vai ficar difícil – completou. (Globo Esporte.com)
