Uma oficial da Justiça Federal de Dourados e pelo menos trinta policiais federais chefiados por um delegado de Campo Grande foram até a fazenda Santo Antonio de Nova Esperança, em Rio Brilhante, nesta manhã para fazer a retirada dos índios guarani-kaiowá.
O grupo deve permanecer na área por pelo menos mais dois dias. Mesmo cumprindo determinação do TR-3 (Tribunal Regional Federal da Terceira Região), os policiais ficaram de voltar na próxima sexta-feira e o despejo não vai acontecer hoje.
De acordo com a guarani-kaiowá Nilde Almeida, as famílias pediram prazo de 48 horas para desmontar as casas de sapé e transferir o acampamento para as margens da BR-163. O prazo também é devido às crianças e idosos que ocupam o local, que precisariam de mais tempo para sair. A oficial de Justiça presente no local confirmou o acordo.
“A ordem era para desocupar hoje, mas o delegado da Polícia Federal concordou em dar o prazo que eles pediram, até para evitar um confronto. Na sexta-feira vamos voltar aqui e a propriedade deverá estar desocupada”, explicou.
Nilde Almeida disse que os índios estão “tristes” por sair do local, principalmente com a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) devido à ação judicial que barrou os estudos antropológicos para identificação de áreas indígenas em Mato Grosso do Sul. Um caminhão da Funai foi carregado com pertences dos índios que ocupam a fazenda desde fevereiro de 2008.
A alegação da Funai, no entanto, é questionada pelo advogado Mário Julio Cerveira, um dos proprietários da fazenda invadida. Segundo ele, o estudo antropológico determinado em maio deste ano pela presidente do TRF não tinha como objetivo avaliar se as terras pertencem ou não aos índios.
Nilde Almeida informou que os índios vão permanecer acampados às margens da BR-163 à espera da demarcação da área. “Nossas crianças estão estudando em Rio Brilhante. Não podemos sair daqui, senão elas vão perder o ano. Vamos ficar e esperar pela terra”. (Com infromações de Dourasdos Informa)
Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)