Sábado, 29 de Março de 2008, 08h:41 -
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Presidente da Famasul defende equilíbrio para setor produtivo avançar
Da Assessoria
Frisando que o Brasil tem por vocação o setor produtivo rural e fazendo projeções otimistas para a crescente demanda de consumo mundial de alimentos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar da Silva Júnior, destaca que para avançar o segmento deve alcançar, em parceria com a sociedade, o equilíbrio no conflito de interesses com a área social que envolve a produção familiar. Ademar da Silvia Jr., faz, nesta manhã, palestra, como convidado, na sessão ordinária do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) aberta pelo presidente Fábio Trad.
Exibindo gráficos que apontam enorme crescimento na produção do setor agropecuário brasileiro nas últimas duas décadas, Silvia Júnior fez questão de desmistificar a expansão da exploração de terras pelo setor no Brasil, considerada como o vilão do desmantamento, principalmente na Amazônia, pela mídia nacional e internacional. “Conforme dados oficiais do Ministério da Agricultura, o Brasil tem uma área agricultável de 846 milhões de hectares e apenas 10% disso é explorado atualmente, embora o crescimento na produção, através da tecnologia do setor, tenha sido de 127,11% no período de 1991 até 2007”, comparou, frisando que, embora o setor produtivo seja o “bandeirante” a desbravar o Centro-Oeste e o Norte do país da década de 80 para cá, a migração que se registra para a região amazônica tem sido a principal responsável pelo desmatamento, o que caracteriza um problema social.
O presidente da Famasul também citou dados oficiais para informar que as lavouras temporárias ocupam 5,5% das áreas agricultáveis do país e as lavouras permanentes 1,8% enquanto que as áreas indígenas reconhecidas abrangem 12,5% do território nacional e as áreas com assentamentos rurais 8,11%. “O setor do agronegócios responde por 36% do PIB nacional e por 42% das exportações do Brasil. Qual é a rentabilidade para das áreas indígenas e dos assentamentos?”, comparou, questionando. “Todos têm seu interesse, isso é salutar, mas é preciso que haja um equilíbrio nessa relação de interesses e não se coloque o produtor rural como vilão em discursos de interesse político-eleitorais”, frisou.
Silva Jr. destacou três fatores que projetam um mercado mundial crescente do consumo de alimentos: o crescimento da população mundial, o aumento de renda dos países asiáticos e a retirada dos subsídios agrícolas pelos países europeus, o que, frisou, "é irreversível, apesar de barreiras que ainda resistem". Esse cenário, destacou, é extremamente promissor para o Brasil que por sua vocação natural de produção de alimentos. Porém, para que esse potencial seja realmente aproveitado, é preciso investimentos e uma política séria de incentivos ao setor.