Joel Kowsky/NASA
O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA com a espaçonave Orion a bordo é visto no topo do lançador móvel na Plataforma de Lançamento 39B, sábado, 3 de setembro de 2022, enquanto as equipes de lançamento Artemis I carregam mais de 700.000 galões de propulsores criogênicos, incluindo hidrogênio líquido e oxigênio líquido à medida que a contagem regressiva de lançamento avança no Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida. O teste de voo Artemis I da NASA é o primeiro teste integrado dos sistemas de exploração do espaço profundo da agência: a espaçonave Orion, o foguete SLS e os sistemas terrestres de apoio.
Após identificarem e sanarem problemas técnicos no sistema de refrigeração do foguete Space Launch System, SLS, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) retomou neste sábado (3) a contagem regressiva para lançar ao espaço a missão Artemis I.
A previsão é que o lançamento ocorra a partir de uma janela de duas horas que se inicia às 15h17 (horário de Brasília), direto do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Na última segunda-feira (29), as equipes técnicas da agência cancelaram o lançamento previsto para às 10h33 (horário de Brasília) após identificarem um problema de resfriamento em um dos quatro motores do superfoguete que levará a cápsula Orion à órbita lunar.
Em um comunicado nesta semana, a Nasa explicou a importância da plena atividade de todos os motores.
Joel Kowsky/NASA
O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA com a espaçonave Orion a bordo é visto no topo do lançador móvel na Plataforma de Lançamento 39B
“Os motores do SLS são máquinas de alto desempenho e são expostas a temperaturas extremamente baixas e pressões extremamente altas durante abastecimento e voo. São mais de 700 mil galões de hidrogênio e oxigênio líquido que ajudam a restriar esses motores.''
Os especialistas explicam que o risco de aquecimento do hidrogênio líquido é de lesão ao condicionamento térmico do motor, o que inviabilizaria a missão.
Para o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, que foi aos Estados Unidos para acompanhar a primeira tentativa de lançamento, quando se trata de um veículo do porte do SLS, a operação torna-se ainda mais complexa.
''É natural que a Nasa esteja se resguardando muito, sendo muito conservadora, ao enfrentar qualquer possibilidade de falha, qualquer risco. Por isso que evitaram prosseguir com o lançamento no dia 29 e reavaliar todo o sistema de abastecimento e refrigeração, de forma que a operação pudesse ser retomada com o mínimo de risco. Nós sabemos que é só questão de tempo, pois eles têm capacidade para fazer o lançamento com qualidade e segurança, como já fizeram isso em outras missões, como a Apollo.', diz.
Moura explica que nos últimos 50 anos, desde o última missão da Nasa à Lua, a tecnologia mudou, ''mas quanto mais moderno o veículo, mais chances de ocorrerem problemas''.
''Por isso, a expectativa é sempre grande, mas existe uma confiança muito forte de que a Nasa e os parceiros empreenderão todos os esforços para que esse veículo voe, qualifique o veículo e a cápsula Orion e na próxima missão já possamos ter um voo tripulado.'', explica Carlos Moura.
E é de olho no passo dois do programa Artemis, que deve levar uma equipe de astronautas ao satélite, que a comunidade científica acompanha a Missão Artemis I, uma espécie de teste não tripulado para a próxima viagem, prevista para ocorrer até 2026.
Para o físico, Fabrizzio Montezzo, essa missão é muito importante pela sustentabilidade e por questões logísticas já que a Lua poderá servir de base para futuras missões no Sistema Solar.
''Depois da Apollo - missão pioneira que levou o homem à Lua - essa missão é importante para o retorno em que o homem possa ir pra ficar, com base na Lua e, principalmente, para exploração do espaço profundo. É como se fosse um suposto ''posto de gasolina'' para outras missões para Marte, por exemplo,'' diz.
- Saiba mais
- Artemis I: Os gerentes de lançamento dão “Go” para prosseguir com a contagem de terminais, lançamento marcado para 2h47
- NASA lança foguete para lua 50 anos após projeto Apollo
- Nasa programa nova data para lançamento da missão Artemis I
- Fluxo de hidrogênio líquido do estágio central pausado, Red Crew sendo mobilizado
- ARTEMIS I: Imagens da terra ao vivo no caminho para a lua
- Nasa cancela lançamento da Artemis I após detectar vazamento em motor
- Artemis I: Carga de hidrogênio líquido do estágio principal em reabastecimento, estágio superior em preenchimento rápido
- Artemis I: Nova tentativa de lançamento cancelada por conta de vazamento na linha de abastecimento de nitrogênio líquido
- Artemis I decolou
- Nasa inicia contagem regressiva para volta à Lua
- Artemis 1 será lançado na madrugada desta quarta-feira
- Red Crew chega ao Pad
- ARTEMIS I: Queima de motor rumo a Lua
- Lançamento da Missão Artemis é marcado para o próximo sábado
- Artemis I: Equipes definem o novo horário de lançamento
- Contagem regressiva: foguete da missão Artemis I chega a espaçoporto
- Nasa adia novamente lançamento de foguete à Lua
- Nasa volta à Lua com o foguete Artemis I
- Artemis: Tentativa de lançamento cancelada
- Humanidade dará “primeiro passo” para retorno à Lua
- Artemis I: Red Crew se retira do Pad
- Ao vivo: Após adiamento, NASA lança foguete do projeto Artemis 1 para lua
Da Lua à conquista do espaço
A viagem não tripulada deste sábado (3) marca uma série de testagens na órbita da Lua tanto em relação aos equipamentos, quanto à cápsula Orion que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão prevista para ocorrer até 2026.
Além disso, será testada uma peça fundamental na missão, o Módulo de Serviço Europeu, responsável, por exemplo, pelos sistemas de abastecimento de água, energia, propulsão, controle da temperatura dentro da cápsula e fruto da parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).
Segundo a ESA, a missão, que será comandada aqui da Terra, pode durar entre 20 e 40 dias e terminará de volta à Terra com um mergulho no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos.
O voo de volta à Lua organizado pela Nasa, em parceria com 21 países, inclusive o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a missão Apollo.
Caso a missão deste sábado seja novamente cancelada, há ainda a previsão de outra data possível pra lançamento: 5 de setembro
A contagem regressiva pode ser acompanhada aqui no CapitalTV.