Joel Kowsky/NASA
O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA com a espaçonave Orion a bordo é visto ao nascer do sol no topo do lançador móvel na Plataforma de Lançamento 39B
A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) cancelou o lançamento da Missão Artemis I previsto para esta segunda-feira (29).
Após equipes de engenheiros localizarem problema técnico em um dos motores do foguete Space Launch System (SLS), a previsão é de que o voo de volta à Lua ocorra na próxima sexta-feira (2). Outra data possível, segundo a agência, é o dia 5 de setembro.
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Nas redes sociais, a Nasa informou que foi detectado um vazamento de motor do SLS, mas que as equipes já trabalham para solucionar o problema.
Nesse domingo (28), a agência espacial informou que as condições climáticas favoráveis chegavam a 80%, mesmo com previsão de chuvas esparsas nesta segunda e o registro de relâmpagos no fim de semana.
O foguete Space Launch System (SLS) levará a cápsula Orion direto da plataforma de Lançamento 39B, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Esta é a primeira ação do programa Artemis, que tem o objetivo de levar um voo tripulado ao satélite natural da Terra nos próximos anos. E mais, de levar a primeira mulher ao solo lunar.
Além disso, a missão ambiciona ampliar a atuação no Sistema Solar: construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para projetos no planeta vizinho, Marte.
Joel Kowsky/NASA
O foguete do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA com a espaçonave Orion a bordo é visto no topo de um lançador móvel enquanto sai do Edifício de Montagem de Veículos para a Plataforma de Lançamento 39B, terça-feira, 16 de agosto de 2022, no Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida
Conquista do espaço
A viagem não tripulada desta segunda-feira (29) marca uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão, prevista para ocorrer até 2026.
Além disso, será testada uma peça fundamental, o Módulo de Serviço Europeu, responsável, por exemplo, pelos sistemas de abastecimento de água, energia, propulsão, controle da temperatura dentro da cápsula e fruto da parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).
Segundo a ESA, a missão, que será comandada aqui da Terra, pode durar entre 20 e 40 dias e terminará de volta à Terra com um mergulho no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos.
O voo de volta à Lua, organizado pela Nasa em parceria com 21 países, inclusive o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a Missão Apollo.
O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, está entre os convidados para acompanhar o lançamento da Artemis I, direto do Centro Espacial Kennedy.
Para o coordenador de Satélites e Aplicações da AEB, Rodrigo Leonardi, a Artemis I é ''marco histórico na retomada dos voos tripulados para a exploração espacial. E a expectativa é que ao se juntar a esse programa, o Brasil também possa abrir novo capítulo em seu programa espacial'', diz.
Segundo ele, o país já vem discutindo com outros parceiros assuntos ligados a transporte, habitabilidade, operações, infraestrutura e ciência no âmbito do programa Artemis.
O representante da AEB destaca que a missão liderada pela Nasa foi incluída entre as iniciativas do Programa Nacional de Atividades Espaciais, documento que estabelece projetos e prioridades para a próxima década.
Para a médica brasileira e empresária no ramo espacial, Thaís Russomano, a expectativa para a contagem regressiva de volta à Lua leva também a desdobramentos para as portas que podem se abrir com o novo passo na corrida espacial.
“Depois de 50 anos, começamos o processo da volta à Lua. A Missão Artemis reabre o caminho de construção do conhecimento necessário para que, um dia, o ser humano habite o satélite natural da Terra, transformando-o no nosso segundo lar cósmico”, acrescenta.
A médica, que vive em Londres, chegou a participar de pesquisas sobre a ação da microgravidade no corpo dos astronautas e até mesmo de duas campanhas de voos parabólicos (quando é possível experimentar a gravidade zero sem viajar ao espaço) da Agência Espacial Europeia em 2000 e 2006.