A decisão governamental de intervir no desastre ambiental do Rio Taquari com um programa de 31 ações, a ser implementado a partir do próximo ano, foi uma das principais conquistas dos pantaneiros em 2008. O Sindicato Rural de Corumbá teve papel fundamental no acordo celebrado para recuperar o rio e, por conseqüência, o lado social, a economia e os recursos naturais da região.
A atuação sindical e política da entidade para defender os interesses do Pantanal e seu desenvolvimento sustentável se destaca, também, no controle da sanidade animal e das queimadas e no maior envolvimento dos associados. Outra importante vitória da classe ruralista pantaneira foi a renegociação das dívidas bancárias, que venceriam em 31 de dezembro último, prorrogadas a partir de 2009.
“Hoje estamos presentes em todas as comissões criadas no município para tratar de questões como sanidade animal, social e ambiental. Temos estabelecido um relacionamento participativo com o prefeito Ruiter Cunha, com o Governo e as bancadas federal e estadual na defesa dos interesses da pecuária e do Pantanal”, disse o presidente do Sindicato Rural, pecuarista Pedro Luis de Lacerda.
Ao fazer um balanço das atividades da entidade em 2008, o dirigente ruralista citou o sucesso da Feapan (Feira Agropecuária do Pantanal), que este ano bateu recorde (R$ 2 milhões) de negócios, e a presença marcante do Pantanal nas comissões da Famasul (Federação de Agricultura de MS) para tratar de assuntos como a lei do desmatamento, representado pelo associado Emílio Maciel de Barros.
Ao lado do produtor
Lacerda enumerou o trabalho realizado em conjunto com a Iagro na definição da Zona de Alta Vigilância (ZAV) no Pantanal de Corumbá, onde o sindicato provou que não havia necessidade de incluir toda a região, cujo rebanho, o maior do País, apresenta a melhor sorologia do Estado. A ZAV incluiu apenas os assentamentos rurais e médias e grandes propriedades ao Sul, até a divisa com Porto Murtinho.
“O sindicato tem atuado ao lado do produtor nas campanhas de vacinação e combate a doenças como a aftosa, razão pela qual não temos registrado focos da doença há algumas décadas”, disse o presidente. Outra ação de mobilização do produtor relaciona-se às queimadas, que apresentou uma redução significativa em Corumbá este ano. A maioria dos focos ocorreu por combustão espontânea.
Sindicato forte
Também como resultado da cobrança do sindicato, o Estado garantiu a construção de uma ponte sobre o Rio Taquari, há muito reivindicada, que unirá os pantanais da Nhecolândia e Paiaguás. A entidade também se mobiliza para cobrar do Governo e das lideranças políticas a redução de alguns tributos, como Confins e PIS, para desonerar até 10% o custo da produção nesse período de crise.
Segundo Lacerda, nos últimos anos o sindicato atuou na estruturação de sua sede social para trazer de volta o associado, fundamental para tornar a entidade forte, com peso na definição de políticas para o setor, em especial para a região. Também citou o apoio do sindicato ao município e entidades assistenciais, como APAE, Asilo São José e Cemper, e das parcerias com as mineradoras Rio Tinto e MMX.