Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Apesar de ser online, alunos deverão comparecer aos locais de prova, portando caneta esferográfica, uma vez que, a redação será manual.
O Exame Nacional do Ensino Médico (Enem) ter uma versão digital pela primeira vez. A aplicação da prova será o piloto para a inclusão do formato no País. Ao todo, participarão do processo 96 mil candidatos cadastrados em 99 municípios. Assim como o impresso, os participantes terão que comparecer ao local de prova, e embora o exame seja feito pelo computador, os candidatos deverão levar caneta esferográfica preta, porque a redação será feita no papel.
De acordo com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes. “Houve, no passado, tentativas [de fazer o Enem digital], mas foram descontinuadas. A decisão de fazer o Enem digital neste ano foi tomada em 2019. Estamos conseguindo agora tirar o teste do papel, literalmente. Estamos muito animados com o Enem digital”, pontua.
O Instituto tem como objetivo tornar o exame totalmente digital até 2026. As discussões e os testes para que isso seja possível ocorrem desde 2016.
O Exame Nacional do Ensino Médio no formato digital será aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, após as provas do Enem impresso, que ocorre nos dias 17 e 24 de janeiro. Serão aplicadas em laboratórios de informática de escolas e universidades que já foram previamente testados pelo Inep. Serão cerca de 4 mil laboratórios, com cerca de 20 computadores cada. As máquinas terão acesso apenas à prova. Os estudantes não conseguirão, portanto, realizar acessos a internet ou documentos do computador.
Mesmo com o formato digital, os participantes deverão portar, como no Enem impresso, caneta esferográfica de tubo transparente da cor preta. Uma vez que, a prova de redação será escrita a mão. Assim como a prova tradicional, os estudantes também receberão folhas de rascunho para fazer os cálculos das provas de matemática e ciências da natureza. Mas não terão, no entanto, folhas de resposta. Os itens devem ser marcados pelo computador.
Ainda conforme Anísio Teixeira, presidente do Inep, "A gente procurou, nesse momento, simular no ambiente digital o que acontece no papel. Então, o aluno vai poder, por exemplo, ir na questão mais à frente, pode voltar. No final, ele vai marcar e quando der o sinal que finalizou a prova, o sistema trava o preenchimento do gabarito. Aí pronto, não vai mais poder mexer e a prova vai vir direto para o Inep”, detalha.
Serão mantidos os mesmos formatos de horários de aplicação da prova do Enem impresso. Onde, os portões abrem às 12h e fecham às 13h. A prova começa a ser aplicada às 13h30. No primeiro dia, os participantes, assim como no exame em papel, fazem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. Nesse dia, a prova vai até as 19h. No segundo dia, os candidatos têm até as 18h30 para resolver questões de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.
Os alunos contarão com a presença dos aplicadores, nas salas de prova, e a assistência de um técnico em informática. “Se tiver algum problema no computador, o técnico pode tentar resolver imediatamente naquele computador. Se não puder, ele vai logar numa outra máquina, teremos máquinas reserva. Se não conseguir mesmo assim, se tiver problema ou se demorar demais para resolver, aí esse aluno vai poder participar da reaplicação da prova em papel”, enfatiza Lopes.
Os alunos também só poderão sair com a prova meia hora antes do fim da aplicação, também os estudantes que fizerem o Enem digital, só poderão sair com a folha de rascunho 30 minutos antes do fim da aplicação. Eles podem anotar as respostas ali, para posteriormente conferir o gabarito oficial, que deverá ser divulgado para essa versão do exame até o dia 10 de fevereiro.
Para o Enem digital, as questões da prova serão diferentes das do Enem impresso. Porém, como a prova utiliza o sistema de correção baseado na chamada teoria de resposta ao item (TRI), as provas terão o mesmo nível de dificuldade e os estudantes poderão concorrer juntos às mesmas vagas em programas que dão acesso ao ensino superior, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudos em instituições privadas.
