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Nacional Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008, 13:14 - A | A

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2008, 13h:14 - A | A

MST deixa fazenda de Abadía mas não descarta nova invasão

Folha Online

As cerca de 600 pessoas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais) que invadiram na segunda-feira (21) a fazenda do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadía, em Guaíba (região metropolitana de Porto Alegre), deixaram o local nesta quarta-feira. No entanto, eles não descartam uma nova invasão.

Os integrantes do MST invadiram o local no mesmo dia em que a propriedade foi arrematada em um leilão promovido pela Justiça Federal por R$ 850 mil.

A invasão da fazenda foi a forma que os trabalhadores encontraram para pressionar o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a entrar no leilão da Justiça Federal, comprar as terras e destiná-las ao MST, o que não foi feito.

Na terça-feira (22), a juíza da 2ª Vara Federal da capital gaúcha, Paula Beck Bohn, decidiu que o movimento, uma vez notificado, teria 24 horas para sair da propriedade de 129 hectares (mais de 180 campos de futebol).

Na manhã de hoje, um oficial da Justiça Federal entregou a notificação acompanhado por agentes da Polícia Federal. Segundo a Brigada Militar em Guaíba, o grupo deixou o local por volta das 11h em seis ônibus e um caminhão, que levou materiais como lonas e estruturas das barracas que haviam sido montadas.

Homens da Brigada Militar acompanharam o grupo até a divisa com a cidade de Nova Santa Rita, onde o grupo deverá ficar.

A reportagem não conseguiu localizar representantes do MST para comentar o assunto.

Nota

Segundo o site do MST na internet, o grupo iria realizar um ato por volta das 9h desta quarta para marcar a saída pacífica do local, no entanto, não descartou o retorno.

A decisão, segundo o informe, ocorreu antes da entrega a ordem de reintegração de posse expedida pela Justiça. Estava previsto o plantio de mudas de árvores nativas no local.

"Segundo as famílias, caso área seja utilizada novamente para lavagem de dinheiro do crime organizado ou para o plantio de eucaliptos, poderá ser ocupada novamente. O MST propõe que a fazenda seja transformada em um centro de recuperação da saúde.", informa o texto.

A nota cita ainda a crítica que teria sido feita pelas famílias em relação ao que consideram lentidão do Incra.

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