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Opinião Quinta-feira, 25 de Julho de 2024, 12:11 - A | A

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Como foi o primeiro semestre de 2024 para as startups?

Por Pedro Signorelli*

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Já faz algum tempo que as startups, de maneira geral, não estão na melhor fase, passando por algumas dificuldades e experienciando um período conhecido como ‘inverno das startups’. Porém, será que diferente de nós, que vivenciamos atualmente a estação do inverno no nosso país, as startups conseguiram voltar a dar alguns sinais de otimismo para se aquecerem e sair desse frio?

Você deve estar se perguntando: por que digo que as startups não estão tão bem quanto antes? Acredite, não tirei essa informação do nada. Segundo dados de um estudo que foi realizado em 2021, pela Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity (ABVCAP) e pela consultoria KPMG, houve um recorde de captação para as startups brasileiras, que receberam US$ 9,7 bilhões em aportes.

Esse número foi extremamente positivo e ajudou a alavancar bastante o setor. No entanto, essas fontes de investimento destinadas às startups diminuíram de forma significativa nos dois anos seguintes. Inclusive, 2023 teve o pior resultado registrado desde 2018, com “apenas” US$ 1,9 bilhão. Ou seja, a conjuntura mudou e as startups começaram a passar por diversos tipos de problemas.

Por outro lado, o primeiro semestre de 2024 se mostrou melhor do que os anos anteriores e pode servir como esperança para determinados nichos de startups, sendo uma luz no fim do túnel. Após quedas de juros e um equilíbrio no preço de oferta das empresas no mercado, receber investimentos se torna mais propício e mais viável, pois aumenta o interesse dos investidores.

Porém, essa boa fase ainda não se aplicará para todas as startups. Por enquanto, empresas que estão ligadas à inteligência artificial são as escolhidas para receberem investimentos. Afinal, apesar do tema polêmico, a IA continua e vai seguir em alta, e possui grande destaque, além da demanda estrutural por tecnologia não só no país como no mundo, que acaba necessitando cada vez mais de recursos tecnológicos.

De acordo com dados de estudo realizado pelo Distrito, que fez o mapeamento de mais de 1.000 startups, a inteligência artificial é a tecnologia com maior representatividade entre os players da indústria de inovação, tendo grande notoriedade na América Latina. Ou seja, isso só prova que de fato é a área com mais força no momento e por essa razão, tende a receber investimentos, principalmente no segundo semestre de 2024.

Para os investidores, os OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados) -, deveriam ser um conhecimento básico esperado das pessoas envolvidas nas startups, mas essa não é uma verdade. E especialmente para as que já estão em estágio mais avançado, com mais pessoas trabalhando, os desafios de priorização e comunicação se multiplicam enormemente, o que faz com que derrapem mais facilmente em busca do seu lugar ao sol.

O fato é que investir na ferramenta não é um gasto a mais, muito pelo contrário, é uma redução no risco do investimento, além de trazer a viabilidade (ou não) do produto para um horizonte mais próximo de hoje. O investidor vai saber antes se a tese da sua startup é válida ou não. E, com certeza, neste ponto, tempo é dinheiro.


*Pedro Signorelli
Um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.

 

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