A Operação Xapiri, deflagrada neste mês em Mato Grosso do Sul, continua com ações de combate ao desmatamento ilegal. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autuaram um líder de um grupo responsável pela exploração ilegal de madeira nativa na Terra Indígena (TI) Kadiwéu, localizada no município de Porto Murtinho. A operação, que conta com o apoio da Polícia Federal (PF) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), visa combater o desmatamento tanto em Terras Indígenas como no Pantanal.
Durante a ação, fiscais do Ibama flagraram quatro indígenas e três não indígenas utilizando motosserras para realizar o corte seletivo de madeira nobre de aroeira, transformando-a em subprodutos como lascas, postes e palanques para comercialização. A legislação brasileira proíbe o uso desordenado das florestas dentro das Terras Indígenas com fins comerciais. Ao todo, foram apreendidos 158 subprodutos de madeira, com tamanhos variando entre 2,20 e 2,60 metros de comprimento.
O responsável pela atividade ilegal foi autuado com base na Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/98 e no Decreto 6.514/08. Pela extração de árvores e transformação da madeira em subprodutos, foi aplicada uma multa de R$ 5 mil. Além disso, pelo uso de motosserras sem Licença de Porte e Uso, foi imposta uma multa adicional de R$ 3 mil. Todos os envolvidos também responderão judicialmente pelos crimes cometidos.
A extração ilegal de madeira, diferentemente do desmatamento, envolve a remoção de algumas árvores específicas, geralmente as mais valiosas no mercado, como a aroeira. Embora não envolva a remoção total da vegetação, essa prática compromete a saúde ambiental das áreas, afetando diretamente o equilíbrio ecológico das florestas, além de prejudicar a vida e a cultura dos povos indígenas.
Joanice Lube Battilani, superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, ressaltou que a extração ilegal de madeira e o desmatamento em Terras Indígenas têm impactos ambientais graves e prejudiciais à cultura indígena. Ela destacou que a situação se agrava quando há conluio entre indígenas e não indígenas com o objetivo de comercializar a madeira de forma clandestina. O Ibama continuará realizando fiscalizações na região da TI Kadiwéu para conter o avanço da destruição ambiental.