A rapper Laysa Moraes Ferreira, de 30 anos, conhecida como "La Brysa", natural de Mato Grosso do Sul, foi encontrada morta no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, na tarde de quinta-feira (9). A jovem estava desaparecida há seis dias e, segundo a polícia, foi vítima de um crime brutal, possivelmente relacionado a facções criminosas. A principal hipótese é de que um gesto em uma foto publicada por Laysa no Instagram possa ter sido confundido com um sinal do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção rival ao Comando Vermelho.
O delegado Bruno Abreu explicou que o corpo de Laysa não apresentava sinais de violência direta, mas estava amarrado a uma lata com concreto e foi jogado viva no rio. A jovem fazia gestos com as mãos em suas publicações nas redes sociais, como parte de sua rotina e apresentações artísticas. Contudo, um dos gestos, o número 3 com os dedos, pode ter sido mal interpretado por membros do Comando Vermelho como um sinal ligado ao PCC.
Laysa, que residia em Campo Grande e era natural de Três Lagoas, tinha uma carreira consolidada na música e na poesia, com 12 anos de trajetória no freestyle. Ela se destacava nas batalhas de rap e havia conquistado títulos importantes, incluindo o campeonato "Vai Ser Rimando", promovido pelo rapper Emicida. A jovem era uma das principais figuras das batalhas de rima em Mato Grosso, e até o momento, não há evidências de envolvimento dela com crimes.
A investigação também destaca que crimes motivados por interpretações equivocadas de gestos em redes sociais têm se tornado mais comuns. O delegado Bruno Abreu alertou sobre o aumento desses casos no estado, em que pessoas inocentes acabam sendo vítimas de facções criminosas por motivos triviais, como gestos interpretados como pertencentes a facções rivais. Em outro caso recente, em setembro de 2024, duas mulheres foram torturadas e assassinadas após serem acusadas de fazerem gestos semelhantes.
O caso de Laysa Moraes Ferreira destaca o crescente problema de violência relacionado a facções criminosas no estado e a fragilidade de pessoas inocentes que acabam sendo alvo de crimes brutais por simples gestos em redes sociais. A polícia continua investigando o caso, sem descartar outras possíveis motivações.