Campo Grande 00:00:00 Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025


Polícia Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025, 13:53 - A | A

Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2025, 13h:53 - A | A

La Brysa

Rapper de Mato Grosso do Sul encontrada morta pode ter sido vítima de facção criminosa

Briga de facções criminosas tem feito vítimas inocentes por gestos interpretados como sendo de grupos rivais

Viviane Freitas
Capital News

A rapper Laysa Moraes Ferreira, de 30 anos, conhecida como "La Brysa", natural de Mato Grosso do Sul, foi encontrada morta no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, na tarde de quinta-feira (9). A jovem estava desaparecida há seis dias e, segundo a polícia, foi vítima de um crime brutal, possivelmente relacionado a facções criminosas. A principal hipótese é de que um gesto em uma foto publicada por Laysa no Instagram possa ter sido confundido com um sinal do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção rival ao Comando Vermelho.

O delegado Bruno Abreu explicou que o corpo de Laysa não apresentava sinais de violência direta, mas estava amarrado a uma lata com concreto e foi jogado viva no rio. A jovem fazia gestos com as mãos em suas publicações nas redes sociais, como parte de sua rotina e apresentações artísticas. Contudo, um dos gestos, o número 3 com os dedos, pode ter sido mal interpretado por membros do Comando Vermelho como um sinal ligado ao PCC.

Laysa, que residia em Campo Grande e era natural de Três Lagoas, tinha uma carreira consolidada na música e na poesia, com 12 anos de trajetória no freestyle. Ela se destacava nas batalhas de rap e havia conquistado títulos importantes, incluindo o campeonato "Vai Ser Rimando", promovido pelo rapper Emicida. A jovem era uma das principais figuras das batalhas de rima em Mato Grosso, e até o momento, não há evidências de envolvimento dela com crimes.

A investigação também destaca que crimes motivados por interpretações equivocadas de gestos em redes sociais têm se tornado mais comuns. O delegado Bruno Abreu alertou sobre o aumento desses casos no estado, em que pessoas inocentes acabam sendo vítimas de facções criminosas por motivos triviais, como gestos interpretados como pertencentes a facções rivais. Em outro caso recente, em setembro de 2024, duas mulheres foram torturadas e assassinadas após serem acusadas de fazerem gestos semelhantes.

O caso de Laysa Moraes Ferreira destaca o crescente problema de violência relacionado a facções criminosas no estado e a fragilidade de pessoas inocentes que acabam sendo alvo de crimes brutais por simples gestos em redes sociais. A polícia continua investigando o caso, sem descartar outras possíveis motivações.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS