A inspetora da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (AASANA-SC), Celia Castedo, emitiu uma carta para justificar a vinda a Corumbá e afirmou ter sido pressionada a mudar relatório. A funcionária boliviana chegou em Mato Grosso do Sul na segunda-feira (5).
A carta afirma que Celia prestou serviços na AASANA-SC por mais de 30 anos, na função de técnica aeronáutica, especialista em ARO-AIS: Notificação dos Serviços de Trânsito Aéreo - Serviço Informação Aeronáutica. Ela escreveu que a empresa só presta serviços de trânsito aéreo, meteorologia, comunicações e serviços de combate a incêndio.
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A funcionária continua afirmando que não é sua função autorizar ou impedir saída de avião. De acordo com o Diário Online, ela denunciou que imediatamente depois da tragédia com o voo da Chapecoense, foi hostilizada e submetida a pressões por parte de superiores porque na manhã do dia 29 de novembro, logo após a queda do avião, ordenaram que ela modificasse o conteúdo da informação que horas antes havia apresentado por documento interno em que detalhava cinco observações que realizou sobre o voo da LaMia no dia anterior.
Na carta afirma que por três vezes fez o piloto, Miguel Quispe, saber do fato. Ele foi avisado duas horas antes do voo e 20 minutos antes, e deixou claro que os responsáveis pela linha aérea estavam cientes pela autorização. A funcionária relata que a decisão final foi do piloto, indicando que havia sido uma decisão do capitão.
Celia informa que é a Direção Geral da Aeronáutica Civil da Bolívia (DGAC) a responsável por autorizar e permitir saídas de voos não regulares internacionais. Ela disse que resolveu tentar refúgio no Brasil porque o diretor da AASANA emitiu queixa criminal contra ela.
A funcionária disse que por lei teria 10 dias para apresentar a defesa, mas o tempo foi reduzido para algumas horas. O voo da LaMia transportava a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulantes para a cidade de Medellín, na Colômbia, na noite de 28 de novembro.