O governo brasileiro anunciou que Campo Grande sediará a 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre Espécies Migratórias, entre 23 e 29 de março de 2026. O evento reunirá representantes de governos, cientistas, ambientalistas e comunidades tradicionais para discutir estratégias de preservação da fauna migratória em escala global. "O Pantanal será o cenário ideal para esse diálogo sobre conservação e desenvolvimento sustentável", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
O Brasil, integrante da CMS desde 2015, abriga diversas espécies migratórias, como onças-pintadas, tartarugas marinhas, baleias e aves, que dependem dos ecossistemas brasileiros para sobrevivência. No entanto, um relatório apresentado na COP14, realizada em 2024 no Uzbequistão, alertou sobre o crescente risco de extinção dessas espécies devido à degradação ambiental, caça ilegal, poluição e mudanças climáticas.
A conferência em Campo Grande deverá definir novas medidas para proteger os animais migratórios, incluindo a ampliação da lista de espécies sob proteção da CMS, o fortalecimento da fiscalização contra caça ilegal e iniciativas para preservar habitats e rotas migratórias. "A COP15 da CMS é uma oportunidade para adotar medidas transformadoras e garantir o futuro dessas espécies", destacou Amy Fraenkel, secretária-executiva da CMS.
Além da proteção da fauna, o evento promoverá o alinhamento com outros tratados ambientais internacionais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção de Ramsar. Os animais migratórios desempenham um papel essencial na manutenção dos ecossistemas, auxiliando na polinização, dispersão de sementes e controle de pragas, além de impulsionarem o ecoturismo e a economia de comunidades tradicionais.