Na segunda-feira (13), encerrou-se o prazo para o envio de propostas destinadas à solução consensual para a BR-163. Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), foram recebidas 16 contribuições por escrito durante o período aberto após a audiência pública realizada na Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Além disso, o encontro contou com 12 manifestações orais. As sugestões enviadas também servirão de modelo para outros contratos de concessão em análise pelo TCU (Tribunal de Contas da União), de acordo com a Instrução Normativa do órgão.
O consenso aprovado pelo TCU em novembro de 2024 gerou críticas de transportadores e motoristas devido à lentidão no avanço das obras de duplicação. A rodovia BR-163, com extensão de 845,90 km, deveria ter sido completamente duplicada pela concessionária CCR MS Via, mas apenas 150 km foram entregues. O novo acordo exige a duplicação de 203 km, além da construção de pontos de parada para caminhoneiros, mas mantém a conclusão total da duplicação para os próximos 30 anos, conforme o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale.
Ex-prefeitos e representantes locais manifestaram insatisfação com o andamento das obras e a condução do projeto. William Luiz Fontoura, ex-prefeito de Pedro Gomes, apontou o descaso da concessionária CCR MS Via e destacou o aumento de acidentes graves na rodovia, agravado pela falta de infraestrutura adequada. Ele defendeu mais diálogo com os deputados e medidas para que a concessionária cumpra as obras prometidas, além de tarifas de pedágio acessíveis aos usuários.
O prefeito de Coxim, Edilson Magro, também criticou o novo modelo do projeto, que prioriza a construção de terceiras faixas em vez da duplicação integral. Para Magro, a mudança compromete o desenvolvimento econômico da região norte e desrespeita o planejamento inicial. Ele destacou a necessidade de infraestrutura adequada para suportar o crescimento do tráfego nos próximos 30 anos e reforçou que a duplicação completa é essencial para atender às demandas do estado.
Lideranças locais exigem que o governo e a concessionária reavaliem o projeto e cumpram os compromissos originais. Eles alertam que o aumento dos pedágios, sem a entrega de uma rodovia totalmente duplicada, é inaceitável. As discussões continuarão sendo conduzidas por prefeitos, ex-prefeitos e outros representantes, que prometem manter as reivindicações em defesa de uma solução justa para a BR-163.
