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Política Terça-feira, 20 de Maio de 2008, 08:11 - A | A

Terça-feira, 20 de Maio de 2008, 08h:11 - A | A

André Puccinelli parte para o Japão depois de \'vender\' biomassa aos portugueses

Da Redação

O governador André Puccinelli (PMDB) fez balanço positivo da primeira etapa da viagem de 15 dias à Europa e Japão. Nesta segunda-feira, antes de embarcar para Paris, na França, onde segue em vôo para o Japão, o governador deu entrevista por telefone a TV Morena.

Empresas do setor elétrico, celulose e papel e turismo confirmaram intenção de investir no Estado e devem designar missões para prospecções econômicas. “Os resultados políticos foram imediatos. Logo vão se refletir na economia do Estado”, comemorou André Puccinelli.

Segundo o governador, os resultados superam as expectativas e surpreendem pela receptividade dos investidores estrangeiros, que vêem Mato Grosso do Sul não apenas pelos recursos naturais, mas também pelo seu potencial econômico em áreas estratégicas, como agroenergia. “Esperamos que a Mitsui confirme, em nosso encontro no Japão, sua participação na obra do alcoolduto. Muitos negócios devem se concretizar logo”.

Nas reuniões e palestras em Portugal, o governador confirmou o interesse dos portugueses de investir em usinas de geração de energia a partir da biomassa, plantio de eucalipto e fabricação de papel e celulose e em pacotes ecoturísticos.

Biomassa

A Galp Energia e a estatal portuguesa EDP querem investir na produção de fontes alternativas de energia, tanto por meio de pequenas centrais hidrelétricas, de 30 MW, quanto em usinas movidas à biomassa, a partir do bagaço de cana ou queima do capim napier (elefante).

Segundo Puccinelli, seria o segundo investimento em biocombustível. A Galp pretende desenvolver seu projeto em Nova Andradina. Em Caarapó o projeto é da holandesa Agrenco Bioenergia, que já desenvolve projeto de termelétrica movida a biomassa, devendo usar o capim elefante como matéria-prima. A Agrenco está investindo R$ 106 milhões na construção da usina em Caarapó, com previsão iniciar a geração de energia em dezembro.

"Todas as empresas que investirem e fontes renováveis, incluindo as pequenas hidrelétricas, têm dimensão do retorno e vão poder participar dos leilões de energia” disse o governador. Puccinelli informou os empresários sobre as linhas de crédito do FCO para projetos voltados ao inventário hidro-elétrico.

O governador disse que, na etapa da viagem ao Japão, que começa nesta terça-feira, vai conversar também com executivos da Marubeni, que se associou à Agrenco no investimento da usina de Caarapó.

“Esse é um resultado concreto da nossa viagem. Conversamos com os executivos da Galp e da EDP. Eles querem desenvolver o projeto da biomassa em Nova Andradina e a matéria-prima pode ser a mesma, capim elefante e bagaço de cana”, disse o governador, notando que os investimentos no setor sucro-alcooleiro serão percebidos em curto prazo.

Um complexo de bioenergia pode também produzir biocombustíveis, além de produzir farelo de soja. O investimento no capim napier para a formação da biomassa leva em conta, também, a disponibilidade de área.

A fonte de energia da biomassa pode ser obtida não apenas com o capim, mas também de outros resíduos da agricultura e florestais, como plantas rasteiras e ainda a componente orgânica dos desperdícios municipais e industriais. “Vamos precisar de converter biomassa em combustíveis líquidos para transportes, para produzir eletricidade e, no futuro, até plásticos e outros produtos derivados típicos do petróleo”.

Celulose e papel

Em reuniões com diretores da Portocel, segundo o governador, ficou muito clara a disposição do grupo em investir no Estado. Diretores da empresa já fizeram sondagens no Uruguai e no Sul da Bahia. Descartaram Uruguai e a Bahia, em função dos conflitos agrários.

Segundo o governador, quando os empresários analisaram o perfil do Estado, sua localização próxima aos principais centros consumidores do País, definiram que há todas as condições para investir na produção de celulose e papel . “O florestamento, para alimentar a indústria de celulose e papel é sem dúvida um dos pontos que os investidores portugueses demonstraram grande interesse”.

Turismo

Outro resultado concreto dessa primeira etapa da viagem, segundo Puccinelli, é a disposição da TAP de criar um rota turística com conexão no Rio ou Brasília e destino aos principais pontos turísticos do Estado

Japão – alcoolduto e indústria pesada

O governador disse na entrevista que no Japão a primeira reunião com a Sojitz Corporation pode confirmar a participação do grupo na obra do alcoolduto. “A Sojitz está se associando à Odebrecht em alguns projetos do setor sucro-alcooleiro. É quase certa a participação do grupo na construção do alcoolduto, junto com a Mitsui”

Depois dos contatos em Tóquio com a Sojitz Corporation, Mitsui e Nippon Paper. Na quinta-feira, 22, o governador segue de trem bala para Nagóia. O governador vai se reunir com diretores da Toyota. “A idéia é discutir uma montadora de veículos pequenos”.

Os compromissos em Nagóia começam na sexta-feira, 23, e serão intensos, em função da participação da Mato Grosso do Sul na 6ª Expo Business, onde Puccinelli fará palestra. O retorno do governador ao Brasil coincidirá com a 76ª Reunião Ordinária da Organização Mundial de Sanidade Animal, que acontece entre 26 e 30 de maio em Paris, na França.

“O Orlando Baez [SFA] e Osmar Bastos [CRMV-MS] vão defender os interesses do Estado. Vamos ser informados quase que instantaneamente sobre o nosso status de área livre de febre aftosa com vacinação. É isso que esperamos”.

(Fonte: TV Morena)

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