A presidenta Dilma Rousseff recebeu a chanceler alemã Angela Merkel, que chegou por volta de 20h30 ao Palácio da Alvorada para jantar oferecido por Dilma. Mais de 20 ministros brasileiros e o vice-presidente Michel Temer participam também do encontro. É o primeiro compromisso da agenda entre os dois países, que prevê outras reuniões entre Dilma e Angela Merkel e conversas separadas entre ministros dos dois países.
De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, que está presente no jantar, o “tema central” do encontro entre as mandatárias é a perspectiva de início das trocas comerciais que celebrarão o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Mas outro tema de grande interesse entre ambos os países é a possibilidade de investimentos alemães no país.
“Há uma compreensão de que a Alemanha pode ter grande interesse no plano de concessões em infraestrutura que o Brasil está realizando. Identificamos algumas áreas, como ferrovias e portos, podem interessar a investidores e empresas alemães”, disse Monteiro. Para o ministro, a parceria entre os dois países e os programas de investimentos tendem a continuar, já que há um “grande interesse” dos alemães no mercado brasileiro.
Na tarde da última quarta-feira (19), representantes de grandes empresas brasileiras se reuniram com Dilma para trocar informações sobre as prioridades do setor privado na agenda bilateral. Na manhã desta quinta-feira (20), antes de Merkel ser recepcionada por Dilma no Palácio do Planalto, serão realizadas mais de 20 reuniões setoriais de ministros brasileiros com seus homólogos alemães para discutirem a celebração de pelo menos quinze acordos em áreas como inovação, pesquisa, mineração, marinha, educação, saúde e segurança alimentar.
Segundo Armando Monteiro, os empresários reconheceram que a Alemanha é um “parceiro estratégico” do Brasil e que os dois países têm muito a trocar nos setores de inovação, indústria e energia renovável. O país é o principal parceiro comercial do Brasil na Europa e o quarto no mundo (atrás apenas de China, Estados Unidos e Argentina), em um comércio bilateral que envolve mais de US$ 20 bilhões. Cerca de 1600 empresas alemãs estão instaladas em território brasileiras, algumas centenárias, informou.
O ministro reconhece que há um déficit no lado brasileiro, já que as importações contêm bens de alto valor agregado, ao contrário do fluxo no sentido inverso: “Esse déficit não é em si mesmo um problema, porque o Brasil precisa dos bens que importa da Alemanha. Ela tem muita qualidade na produção de importantes equipamentos. Portanto, pelo estágio de desenvolvimento tecnológico da Alemanha, o Brasil vai ter a Alemanha como supridora desses bens. A nossa estratégia é ver como podemos adicionar mais valor às nossas exportações”.